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Se eleito, Freixo vai mudar coordenação da saúde

"Não vamos fechar nenhuma Clínica da Família, mas precisamos resolver o gargalo da saúde", disse candidato

Freixo: segundo Freixo, o maior gargalo na saúde atualmente são os exames e as especialidades médicas. (Facebook Marcelo Freixo/Divulgação)

Freixo: segundo Freixo, o maior gargalo na saúde atualmente são os exames e as especialidades médicas. (Facebook Marcelo Freixo/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de outubro de 2016 às 19h36.

O candidato à prefeitura do Rio Marcelo Freixo (PSOL) vai manter as Clínicas da Família, criadas no governo do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), porém pretende modificar o comando do sistema de saúde na capital, que hoje é privado.

Segundo Freixo, o maior gargalo na saúde atualmente são os exames e as especialidades médicas. Freixo conversou com a Agência Brasil na quarta-feira (26), momentos antes de participar de seu último comício no segundo turno, nos Arcos da Lapa.

"Temos um programa de saúde que é coordenado pelo Hermano Castro, pelo Ary Miranda e pela Lígia Bahia, que são pessoas absolutamente conceituadas, e a gente tem um diagnóstico muito claro de que a Clínica da Família é um avanço, que temos de ampliar. Não vamos fechar nenhuma Clínica da Família, mas precisamos resolver o gargalo da saúde, que é na hora dos exames, das especialidades. Precisamos contratar mais gente através de concurso público. Tem responsabilidade fiscal e lastro para isso. Mas [precisamos] principalmente fazer com que os leitos federais e estaduais sejam coordenados pela prefeitura, como determina o SUS, o que permite uma coordenação pública do sistema de saúde, que hoje está terceirizado e hoje esta é a grande falha: ter terceirizado a coordenação da saúde. Isso faz com que o sistema não funcione", disse.

Falta de transparência

Freixo disse que a saúde financeira do município do Rio para 2017 é preocupante e reclamou da falta de transparência nas contas da prefeitura. Mesmo assim, ele considerou que a situação não é tão ruim quanto a que atravessa o governo do estado.

"A falta de transparência é a maior preocupação que a gente tem. Nós montamos uma equipe econômica das mais competentes. São mais de dez economistas de diversos lugares e universidades, coordenados pela Laura Carvalho, que é uma economista da USP, mas é carioca. A preocupação da gente é não perder receita, não fazer com que o Orçamento seja menor do que está previsto, de R$ 29 bilhões, e cortar despesas sem cortar direitos. Nós não temos todos os dados das áreas mais importantes. O quadro é preocupante, não é igual à situação do estado, mas também não é um mar de rosas que pode nos deixar completamente tranquilo."

Mobilidade

O candidato do PSOL falou sobre os problemas de mobilidade na cidade e criticou decisão recente de se reduzir o número de viagens das barcas que atravessam a Baía de Guanabara, principalmente entre o bairro da Ilha do Governador e de Niterói para o centro. Segundo ele, é preciso mais atuação do Poder Público sobre o setor de transportes.

"O transporte precisa do Poder Público mais atuante e isso serve para as barcas, para o trem, para o metrô, tanto os transportes de controle do estado ou do município, que precisam estar integrados e planejados à luz da necessidade da população. É preciso transparência nos seus contratos, aqueles que trabalham com concessão. A barca vem, nos últimos anos melhorando a qualidade das embarcações, mas a qualidade dos serviços não melhorou. Acabou a barca da madrugada. A gente poderia aproveitar muito mais o sistema aquaviário, poderia ter uma melhora da Ilha do Governador para o Centro, o que desafogaria a Avenida Brasil. A gente propõe um sistema de transporte integrado, tanto nas tarifas quanto na possibilidade de todos os modais nos seus horários e funcionamento."

Segurança

Freixo comentou também sobre problemas de segurança pública, área que é de responsabilidade prioritária do governo do estado, mas que pode ter atuação compartilhada por parte do município, através de redes de atendimento, principalmente às mulheres, vítimas frequentes de crimes sexuais, incluindo estupros coletivos.

"A prefeitura tem que ouvir as mulheres. Não são os homens que têm de dizer qual a política mais adequada para atender as mulheres. Tem que ter política pública para as mulheres, com gestão, um secretariado igualitário, que tenha o mesmo número de homens e mulheres. Não tem que ter uma política para a mulher apenas quando ela sofre um tipo de violência. Tem que haver no transporte, na educação, na saúde, em todas as políticas públicas. O tema da mulher é transversal na democracia do Rio de Janeiro."

A Agência Brasil tentou ouvir, pessoalmente ou por telefone, o candidato Marcelo Crivella (PRB) para marcar uma entrevista, porém, não foi possível, segundo os assessores, marcar uma entrevista com o candidato. As propostas de Crivella para a prefeitura podem ser conferidas na página oficial do candidato na internet.

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