Brasil

Removida delegada que apura ligação de Lula com mensalão

Inquérito será tocado por outro delegado, ainda não designado que pode pedir novas diligências ou o arquivamento do caso


	Luiz Inácio Lula da Silva: inquérito investigava a suposta participação do ex-presidente no mensalão
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Luiz Inácio Lula da Silva: inquérito investigava a suposta participação do ex-presidente no mensalão (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 19h58.

Brasília - Responsável pelo inquérito que investiga a suposta participação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão, a delegada Andrea Pinho foi removida do cargo nesta sexta-feira, 7. O inquérito que tem Lula como alvo será tocado por outro delegado, ainda não designado que pode pedir novas diligências ou o arquivamento do caso.

Pinho, que era delegada substituta da delegacia de crimes financeiros, foi transferida para a divisão de desvio de recursos públicos. Ela passará a despachar na sede da Polícia Federal em Brasília, mesmo prédio onde trabalha o diretor-geral, Leandro Daiello, que assina sua remoção, e não mais na superintendência da Polícia Federal no DF.

A delegada foi responsável pela Operação Miqueias que desarticulou um esquema de desvio de recursos de fundos de previdência municipais em vários Estados. Novata, Pinho foi escalada para tocar a operação de maior visibilidade no segundo semestre do ano passado, o que foi interpretado por colegas na PF como uma forma de lhe dar atribuições em meio às investigações sobre o ex-presidente Lula.

O inquérito sobre Lula foi aberto a partir de um novo depoimento prestado pelo operador financeiro do mensalão, o publicitário Marcos Valério, que implicou o ex-presidente e outros petistas. Revelado com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo, no depoimento Valério afirmou que Lula tinha conhecimento do esquema que resultou na condenação de 25 pessoas, entre elas José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, José Genoíno, ex-presidente do PT e João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara pelo PT. O inquérito tramite sob sigilo.

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