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Prefeito diz que "não há imóveis disponíveis" em Porto Alegre para tantos desabrigados

A fala do chefe do executivo de POA acontece após o governo Lula anunciar que vai comprar casas e repassar para as pessoas afetadas pelas enchetes

Sebastião Melo: prefeito de Porto Alegre diz que questão de moradia para desabrigados é prioridade (ALRS/Divulgação)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 16 de maio de 2024 às 11h33.

Última atualização em 16 de maio de 2024 às 11h51.

Dentre os muitos problemas causados pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul (RS) desde o final de abril, mais um desafio vem à tona: a falta de imóveis para abrigar as pessoas que perderam suas casas na cidade de Porto Alegre.Em entrevista à Folha de S.Paulo, o prefeito Sebastião Melo (MDB) afirmou que a questão de moradia é prioridade: "Não tem imóveis disponíveis nesse momento para abrigar tantos desabrigados."

A fala do chefe do executivo de POA acontece após o governo Lula anunciar que vai comprar casas e repassar para as pessoas que perderam tudo em decorrência das chuvas. Levantamentos estimam que há cerca de 15 mil pessoas sem lar que necessitam de uma nova moradia na capital, cidade com o maior número de residências atingidas. Entretanto,Melo calcula que esse número deve chegar a 30 mil.Por conta disso, o político conta que pediu ao governo federal que comande um plano de habitação.

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Quando questionado pelo jornal sobre a relação com o governo federal e estadual, o político afirmou que "estão todos do mesmo lado, quando vem uma crise desse tamanho", já que o município e o estado "não darão conta sozinhos". Melo contou à Folha de S.Paulo que se reuniu pela segunda vez com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse "saber que não há dinheiro para tudo ao mesmo tempo, mas o maior drama agora é você [Lula] resolver essa questão das pessoas que estão nos abrigos."

Para Melo, o governo federal deveria tomar a frente na questão de habitação e a prefeitura entrar como suporte."Eu disse ao presidente agora que, em vez de repassar o dinheiro para as prefeituras, entrar em plano de trabalho, que esse item, habitação, ele ficasse de responsabilidade do governo federal, com o auxílio das prefeituras. Se eu tenho terreno para dar, eu vou dar todo o terreno que tem da prefeitura, não tem problema nenhum, tudo que for possível auxiliar. Agora, o comando deveria ser do governo federal."

A justificativa do prefeito é de que Porto Alegre não tem imóveis populares prontos para atender essa demanda. Por conta disso, teria que ser feito um chamamento público, "colocando pessoas que desejam vender imóveis usados, tentando comprar o maior número de imóveis já prontos, em vez de construir, utilizar todos que já estão novos ou usados, para esse momento de drama que as pessoas não têm família, não têm residência."

Situação dos abrigos

O prefeito também respondeu à Folha de S.Paulo sobre a permanência nos abrigos dizendo que, em alguns deles, será possível estender mais 30 ou 15 dias de permanência. "Você sabe, começa a ter todo tipo de problema, de convivência, de relações com voluntariado, relações com os agentes. Todos esses conflitos que acontecem na periferia vêm para os abrigos, então não é uma coisa fácil. E muitos abrigos estão instalados, por exemplo, em escolas, que precisarão retomar as aulas, elas terão de ser transferidas", disse em entrevista ao jornal.

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