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Por temer atraso de Oxford, Brasil busca alternativas para vacina

Ministério da Saúde concordou em pagar 97 milhões de dólares por 30 milhões de doses antes mesmo dos resultados dos testes da AstraZeneca

Coronavírus: além do acordo da Fiocruz com a AstraZeneca, o Brasil tem outras frentes para possível obtenção de uma vacina (Governo de São Paulo/Divulgação)

Coronavírus: além do acordo da Fiocruz com a AstraZeneca, o Brasil tem outras frentes para possível obtenção de uma vacina (Governo de São Paulo/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 21h20.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 21h36.

O Brasil está buscando alternativas junto com os demais produtores de vacinas para a covid-19 diante de um possível atraso no desenvolvimento do imunizante da Universidade de Oxford com o laboratório britânico AstraZeneca, que foi escolhido pelo governo federal como principal aposta para proteger a população do novo coronavírus, afirmou nesta segunda-feira o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.

"Nós evidentemente buscamos soluções alternativas por se tratar de uma encomenda tecnológica e haver um grau de incerteza", disse o secretário em entrevista coletiva na sede do ministério, transmitida ao vivo pela internet.

"Embora nos pareça remota, existe a possibilidade de atraso no desenvolvimento da vacina, embora seja a que esteja mais avançada, e nós temos buscado alternativas, só que nessas alternativas não há a possibilidade, pelo menos até o momento, de transferência de tecnologia como nessa parceria com a AstraZeneca", acrescentou.

O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram um memorando de entendimento com a AstraZeneca na semana passada que estabelece as bases para um acordo que prevê o fornecimento de até 100 milhões de doses da vacina e a transferência de tecnologia para produção local pelo laboratório federal localizado no Rio de Janeiro.

O ministério concordou em pagar 97 milhões de dólares por 30 milhões de doses antes mesmo dos resultados dos testes que estão sendo realizados atualmente com a vacina no Brasil e em outros países, de forma a garantir preferência para mais 70 milhões de doses se a eficácia for comprovada.

Segundo o ministério, serão investidos mais de 1,9 bilhão de dólares no total no acordo, sendo 1,3 bilhão referentes à encomenda tecnológica e o restante para processamento e adaptações necessárias às áreas produtivas e de controle de qualidade da Fiocruz.

Além do acordo da Fiocruz com a AstraZeneca, o Brasil tem outras frentes para possível obtenção de uma vacina para a covid-19. O Instituto Butantan, do governo de São Paulo, firmou acordo com a empresa chinesa Sinovac Biotech para teste e desenvolvimento de uma possível vacina, enquanto o governo do Paraná se associou à também chinesa Sinopharm para realização de testes de uma outra candidata.

O Ministério da Saúde também já afirmou que negocia a possível compra da vacina em desenvolvimento pelo laboratório americano Moderna, e também tem no radar a possível vacina da parceria Pfizer/BioNTech, que será testada no Brasil a partir deste mês.

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