Políticos de oposição criticam decisão de Moro de exonerar Ilona Szabó
Houve críticas mesmo entre deputados da base do governo; parlamentares da oposição têm acusado Moro de ser fraco e sensível demais
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de março de 2019 às 12h43.
Última atualização em 1 de março de 2019 às 15h56.
São Paulo — A decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro , de revogar a nomeação da cientista política Ilona Szabó para uma vaga de suplente no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) está movimentando as redes sociais às vésperas do feriado de Carnaval .
Parlamentares da oposição têm acusado Moro de ser fraco e sensível demais às pressões dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro — isso porque assim que a nomeação de Ilona foi feita, eleitores do presidente passaram a criticar a decisão. "Moro foi covarde ao revogar a nomeação de Ilona Szabó para o conselho de política criminal e penitenciária. Um fraco", tuitou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Para Nilto Tatto (PT-SP), a decisão de Moro de revogar a nomeação se explica pelo governo ser formado por "toscos e parvos", onde "não há espaço para pensantes".
Já o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, foi mais cortês nas críticas. "Venceu a intolerância. Perdeu o respeito ao pluralismo democrático nos conselhos da República", tuitou.
"O 'juiz moralizador' trocou a ética da convicção pela da conveniência e submissão", escreveu no Twitter o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
Também pelo Twitter, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que "o recuo do 'ministro da Justiça' sobre Ilona Szabó (...) mostra que seu discurso escorreu pelo ralo tem tempo. O valor técnico, tão amplamente 'defendido' pelo governo, não parece ser tão importante assim. Desastre."
Houve críticas mesmo entre deputados da base do governo. O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) escreveu: "constrangedor (sic) a nomeação de Ilona, mais constrangedor ainda é sua exoneração. O governo deve melhorar sua comunicação e alinhar bem as nomeações antes de publicá-las. O presidente foi eleito com determinadas bandeiras e acaba sendo vítima dele mesmo".