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Polícia Federal faz operação contra suspeitos de movimentar R$ 6 bilhões com garimpo ilegal

Operações Emboabas, Eldorado e Lupi miram a atuação de organizações criminosa dedicadas à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro

Mais de R$ 5,7 bilhões tiveram ordem de sequestro de bens deferida pela operação (LEO OTERO/MP/Agência Brasil)

Mais de R$ 5,7 bilhões tiveram ordem de sequestro de bens deferida pela operação (LEO OTERO/MP/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de setembro de 2023 às 11h03.

A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira, pelo menos cinco mandados de prisão e 61 de busca e apreensão em oito estados brasileiros e Distrito Federal. As operações Emboabas, Eldorado e Lupi miram a atuação de organizações criminosa dedicadas à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação, além dos líderes do esquema que movimentou quase R$ 6 bilhões com o contrabando e a venda do ouro.

Na operação Emboabas, a Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, cumpriu 2 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão nas cidades de Manaus (AM), Anápolis (GO), Ilha Solteira (SP), Uberlândia (MG), Areia Branca (RN), Ourilândia do Norte (PA) e Santa Maria das Barreiras (PA).

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Além disso, mais de R$ 5,7 bilhões tiveram ordem de sequestro de bens deferida pela operação. As investigações da PF apontam para o contrabando de ouro com destino à Europa desde a prisão em flagrante de um homem que transportava 35 quilos de ouro, que seriam entregues a dois sócios de uma empresa em Nova York.

Também nesta quarta-feira, foram cumpridos 2 mandados de prisão preventiva e 40 de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal. Nesse esquema, que também envolve contrabando, ouro extraído na Venezuela entraria clandestinamente no Brasil como pagamento por exportação de alimentos por mercados de Roraima e do Amazonas.

O ouro contrabandeado era escondido em caminhões de transportadoras contratadas, que conseguiam acessar o estado de Roraima sem procedimentos e pagamento de tributos. Depois, era comprado por outros integrantes do esquema, que o enviava a empresas do ramo de exploração do minério.

Os principais investigados desse esquema também teriam envolvimento com as investigações miradas pela operação Emboabas.

Na operação Lupi, decorrente de investigações realizadas nas operações Kukuanaland e Bullion, em fevereiro e maio deste ano, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em Anápolis (GO) e Manaus (AM).

Como funciona o esquema investigado pela operação Emboabas?

Com utilização de dragas, a organização criminosa extrai o ouro das terras indígenas e leitos dos rios. Por meio de ação fraudulenta, declara que o ouro foi extraído com permissões de lavra garimpeira (PLG). Além disso, a PF identificou que o principal alvo da operação “esquentava” o ouro por meio de um austríaco naturalizado brasileiro, investigado pela operação, que afirma ter mais de R$ 20 bilhões em barras de ouro em um suposto país “independente”, criado por ele.

Os investigados podem responder pelos crimes de usurpação de bens da União, organização criminosa, lavagem de dinheiro, extração ilegal do ouro, contrabando, falsidade ideológica e receptação qualificada

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