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Contrariando orientação, Planalto lança campanha "O Brasil não pode parar"

A quarentena faz parte das ações de combate ao novo coronavírus, é recomendada por organizações de saúde e adotada por grande parte do mundo

Jair Bolsonaro: presidente tem criticado quarentena e propõe isolamento apenas para grupos de risco (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2020 às 22h05.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 18h14.

O governo federal lançou uma campanha publicitária esta semana chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social, que faz parte das ações de combate ao novo coronavírus , e a retomada econômica. Também há previsão de vídeos institucionais. O valor da campanha não foi divulgado.

No Instagram, uma publicação feita no perfil do governo federal diz que "no mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos".

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"A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", diz o texto.

Na última terça-feira, 24, o presidente foi criticado após fazer pronunciamento em rede nacional no qual se referiu ao novo coronavírus como "gripezinha" e "resfriadinho". Nesta quinta, Bolsonaro disse que a reação negativa na internet somou cerca de 70% dos comentários, mas ele planeja reverter a imagem.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Ministério da Saúdea maioria das internações graves da doença, no entanto, ocorreu com pacientes com idades entre 30 e 80 anos. As mortes, de fato, são registradas com mais frequência na faixa etária acima dos 60 anos.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde e médicos infectologistas têm reforçado diariamente a importância das medidas de isolamento social para não sobrecarregar os sistemas de saúde. Em um cenário de contágio incontrolável, os impactos podem ser fatais.

A Itália, por exemplo, pagou um preço alto por ter deixado de lado as medidas de isolamento para suavizar o impacto econômico. Em 3 de março, obalanço de vítimas fatais começou a crescer exponencialmente, com 79 mortes, até chegar em 7.503 vítimas anunciadas ontem. O país se tornou o recordista de óbitos no mundo.

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