Polícia Federal (Vagner Rosário/VEJA)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2018 às 11h29.
Última atualização em 12 de abril de 2018 às 11h58.
São Paulo - Policiais federais e auditores fiscais da Receita Federal cumprem 20 mandados de prisão temporária nesta quinta-feira, 12, no âmbito da operação Encilhamento.
A ação é a segunda fase da Operação Papel Fantasma, para apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento.
Em novembro de 2017, EXAME noticiou que estados e municípios combatiam fraudes, com novas regras para evitar um déficit de 5 trilhões de reais na Previdência dos servidores.
A investigação da PF suspeita que os fundos tem debêntures sem lastro (título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor) que ultrapassam R$ 1,3 bilhão.
A operação, que conta com o apoio da Secretaria de Previdência (SPREV) identificou 28 Institutos de Previdência Municipais que investiram em fundos que, por sua vez, direta ou indiretamente, adquiriram os papéis sem lastro.
Há o envolvimento de uma empresa de consultoria contratada pelos Institutos de Previdência e elementos que apontam para corrupção de servidores ligados a alguns Institutos de Previdência.
Os mandados de prisão, além de outros 60 mandados de busca e apreensão, são cumpridos em Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Estão sendo investigados, até o momento, 13 fundos de investimento. No 2º semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões de reais em apenas oito destes fundos, dinheiro que, em última análise, destina-se ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas de 2 a 12 anos de prisão.