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PF aponta propina de R$ 2,6 mi da JBS para Garotinho e Rosinha

JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé (RJ) para prestação de serviços na área de informática

Rosinha Garotinho: investigadores suspeitam que os serviços previstos no contrato "não eram efetivamente prestados" (Phelipe Soares/NF Notícias/Agência Brasil)

Rosinha Garotinho: investigadores suspeitam que os serviços previstos no contrato "não eram efetivamente prestados" (Phelipe Soares/NF Notícias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 14h47.

Última atualização em 22 de novembro de 2017 às 16h09.

São Paulo - A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio identificaram "elementos" que apontam que o grupo JBS firmou contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé (RJ) para prestação de serviços na área de informática.

O contrato de cerca de R$ 3 milhões, serviria apenas para o repasse irregular de recursos, via caixa 2, para campanhas eleitorais dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha, presos nesta quarta-feira, 22.

O montante sobre o contrato que teria sido repassado a Garotinho foi de R$ 2,6 milhões.

Também foi preso, por ordem do juiz eleitoral de Campos dos Goytacazes, Glauceni Silva de Oliveira, um ex-secretário municipal do governo Rosinha, Suledil Bernardino, na prefeitura de Campos.

Os investigadores suspeitam que os serviços previstos no contrato "não eram efetivamente prestados".

Um dos delatores da J&F, o executivo Ricardo Saud, disse, em depoimento prestado em agosto, que o valor final repassado a Garotinho sobre aquele contrato ficou em R$ 2,6 milhões.

A PF atribui ao casal de ex-governadores os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais.

Garotinho foi preso em seu apartamento na praia do Flamengo. Rosinha foi presa em Campos. Ele deverá ser transferido para a cadeia de Benfica, ma zona norte da capital, onde já estão detidos, entre outros, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e os deputados estaduais Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos peemedebistas.

Defesa

"O ex-governador Anthony Garotinho atribui a operação de hoje a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter", diz nota da político preso nesta manhã.

"O ex-governador afirma que tanto isso é verdade que quem assina o seu pedido de prisão é o juiz Glaucenir de Oliveira, o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho, no ano passado, logo após ele ter denunciado Zveiter à Procuradoria Geral da República".

"Garotinho afirma ainda que nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse ontem no seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho".

"Agora, a ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato", finaliza o texto.

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