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Para evitar caos, recepção a turista deve começar fora do Brasil, diz consultor

Consultor do Canadá durante os Jogos de Inverno, James Egan, da Ernst & Young, defende que o Brasil crie postos avançados de imigração em aeroportos estrangeiros

Egan, da Ernst & Young: governo brasileiro precisa investir na estrutura de embaixadas (Divulgação/Ernest & Young Terco)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 08h04.

São Paulo - Uma das soluções que podem aliviar a pressão sobre os aeroportos do Brasil, muitos à beira do caos, passa longe do território nacional. A tese é do advogado canadense James Egan, sócio-líder global da área de imigração da consultoria Ernst & Young. Ele sugere que o governo brasileiro invista em dois pontos estratégicos: a modernização de seus consulados e embaixadas no exterior, e a criação de postos avançados em aeroportos estrangeiros, para agilizar o processo de entrada de visitantes no país.

Egan, que é especialista em leis de imigração, foi consultor do governo do Canadá durante os Jogos Olímpicos de Inverno em 2010. Com base nesta experiência, o especialista aponta caminhos para que a recepção que o Brasil dá aos estrangeiros deixe uma boa impressão permanente.

O passo inicial seria investir no que ele chama de inspeção remota. A ideia consiste, em primeiro lugar, em identificar os principais aeroportos no mundo de onde partem voos para o Brasil. Miami, Lisboa e Buenos Aires são alguns dos exemplos, mas Egan garante que esta lista pode ter, no mínimo, 10 aeroportos.

Nestes locais, o governo criaria "observatórios das leis brasileiras", para facilitar a entrada do turista antes mesmo que ele embarque em direção ao país. "Este seria um jeito muito específico de usar tecnologias de identificação biométrica, como digitais, leitura de retina, passaportes inteligentes e outras inovações."


Depois que o sistema entrasse em operação, o uso da tecnologia poderia ser trazido aos grandes aeroportos do Brasil, como os do Rio de Janeiro e o de São Paulo. Embora reconheça que o investimento é elevado, Egan afirma que estas mudanças não são detalhes, e contribuiriam para reforçar a imagem de um país que vai atrair cada vez mais pessoas do mundo todo.

A segunda medida é suprir as necessidades de estrutura dos consulados e embaixadas brasileiras no exterior. "Atualmente, por exemplo, um visitante de negócios perde, em média, 12 dias úteis para conseguir um visto de entrada no Brasil. Isto significa que ele vai deixar seu passaporte em poder das autoridades consulares e não vai poder fazer outras viagens internacionais neste tempo. É um transtorno para executivos globais que têm que viajar sempre", diz Egan.

Eficiência

"Muita gente está interessada no Brasil e vai visitar o país, não só para os eventos esportivos", diz o advogado. "Por isso, o governo não pode pensar apenas em Copa e Olimpíadas e drenar todos os seus recursos para esta infraestrutura. Existem outras coisas que precisam ser resolvidas e, se não forem, a imagem do país vai sofrer danos sérios", diz.

Para Egan, a falta de eficiência pode manchar a reputação que o Brasil tem diante das grandes economias globais. Segundo ele, nem mesmo uma economia aquecida, com promessas de grandes negócios em áreas cruciais como a de petróleo e gás, pode segurar por muito tempo o interesse de investidores se o acesso ao país não for facilitado.

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São Paulo - Uma das soluções que podem aliviar a pressão sobre os aeroportos do Brasil, muitos à beira do caos, passa longe do território nacional. A tese é do advogado canadense James Egan, sócio-líder global da área de imigração da consultoria Ernst & Young. Ele sugere que o governo brasileiro invista em dois pontos estratégicos: a modernização de seus consulados e embaixadas no exterior, e a criação de postos avançados em aeroportos estrangeiros, para agilizar o processo de entrada de visitantes no país.

Egan, que é especialista em leis de imigração, foi consultor do governo do Canadá durante os Jogos Olímpicos de Inverno em 2010. Com base nesta experiência, o especialista aponta caminhos para que a recepção que o Brasil dá aos estrangeiros deixe uma boa impressão permanente.

O passo inicial seria investir no que ele chama de inspeção remota. A ideia consiste, em primeiro lugar, em identificar os principais aeroportos no mundo de onde partem voos para o Brasil. Miami, Lisboa e Buenos Aires são alguns dos exemplos, mas Egan garante que esta lista pode ter, no mínimo, 10 aeroportos.

Nestes locais, o governo criaria "observatórios das leis brasileiras", para facilitar a entrada do turista antes mesmo que ele embarque em direção ao país. "Este seria um jeito muito específico de usar tecnologias de identificação biométrica, como digitais, leitura de retina, passaportes inteligentes e outras inovações."


Depois que o sistema entrasse em operação, o uso da tecnologia poderia ser trazido aos grandes aeroportos do Brasil, como os do Rio de Janeiro e o de São Paulo. Embora reconheça que o investimento é elevado, Egan afirma que estas mudanças não são detalhes, e contribuiriam para reforçar a imagem de um país que vai atrair cada vez mais pessoas do mundo todo.

A segunda medida é suprir as necessidades de estrutura dos consulados e embaixadas brasileiras no exterior. "Atualmente, por exemplo, um visitante de negócios perde, em média, 12 dias úteis para conseguir um visto de entrada no Brasil. Isto significa que ele vai deixar seu passaporte em poder das autoridades consulares e não vai poder fazer outras viagens internacionais neste tempo. É um transtorno para executivos globais que têm que viajar sempre", diz Egan.

Eficiência

"Muita gente está interessada no Brasil e vai visitar o país, não só para os eventos esportivos", diz o advogado. "Por isso, o governo não pode pensar apenas em Copa e Olimpíadas e drenar todos os seus recursos para esta infraestrutura. Existem outras coisas que precisam ser resolvidas e, se não forem, a imagem do país vai sofrer danos sérios", diz.

Para Egan, a falta de eficiência pode manchar a reputação que o Brasil tem diante das grandes economias globais. Segundo ele, nem mesmo uma economia aquecida, com promessas de grandes negócios em áreas cruciais como a de petróleo e gás, pode segurar por muito tempo o interesse de investidores se o acesso ao país não for facilitado.

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