Brasília - 28/06/2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciam o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024 Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 11 de julho de 2023 às 17h04.
Última atualização em 11 de julho de 2023 às 18h08.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido aconselhado por interlocutores próximos a reconstruir pontes com três públicos que engrossaram as fileiras do bolsonarismo nos últimos anos. Aliados de Lula ouvidos reservadamente pela EXAME afirmam que o presidente precisa se reaproximar dos evangélicos, dos produtores rurais e dos empreendedores individuais que ascenderam à classe média e aderiram às bandeiras defendidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A eventual adesão do Republicanos ao governo com a possível escolha do deputado Silvio Costa Filho (PE) para comandar o Ministério dos Esportes é um passo na direção de reaproximação com a Igreja Universal, que exerce influência sobre a legenda.
Outros deputados da bancada evangélica têm se reunido individualmente com ministros da ala política e apresentado alguns pleitos ao governo como moeda de troca para garantir a adesão de parte da bancada evangélica à bancada governista na Câmara. A maioria dos pedidos gira em torno de benefícios tributários para os templos religiosos."O apoio dos líderes religiosos garante uma capilaridade imediata já que quando o pastor ou bispo toma uma decisão isso reverbera rapidamente para os fiéis. Esse apoio é fundamental para que o governo ganhe mais aprovação política", disse um auxiliar de Lula.
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"Temos jardineiros, motoristas de táxi e aplicativos, empreendedores individuais e diversos outros prestadores de serviço que ascenderam para a classe média e estão órfãos de um líder político. Um gesto para esse grupo é importante", disse.
O último e mais difícil dos grupos é o de produtores rurais, que se tornaram fiéis apoiadores do bolsonarismo. Medidas para o setor têm sido gestadas pelo governo, mas a falta de diálogo é admitida por ambas as partes."O apoio de parte do agronegócio é importante e tende a elevar a popularidade do presidente. Lula e os integrantes do governo entendem isso e sabem que isso é um desafio", afirmou um assessor do chefe do Executivo.