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País tem manifestações pela prisão de Lula na véspera de julgamento no STF

Manifestantes ocuparam diversos locais de protestos, como a Avenida Paulista, em São Paulo, e a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro

Manifestações: pessoas carregavam faixas e cartazes com dizeres contra a corrupção e contra Lula (Leonardo Benassatto/Reuters)

Manifestações: pessoas carregavam faixas e cartazes com dizeres contra a corrupção e contra Lula (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de abril de 2018 às 21h03.

São Paulo - Manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizaram protestos em várias cidades do país nesta terça-feira, véspera do julgamento de habeas corpus do petista no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com roupas verde-amarelas, manifestantes ocuparam diversos locais tradicionais de protestos, como a Avenida Paulista, em São Paulo, e a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

"Chega de corrupção e de ladrão. Lula e quadrilha na prisão", disse no Rio a manifestante Maria Silveira.

Em menor número, também houve atos contrários à prisão de Lula.

Nas manifestações contra o petista, pessoas carregavam faixas e cartazes com dizeres contra a corrupção e contra Lula. Uma grande bandeira nas cores do Brasil também foi estendida pelos manifestantes na praia de Copacabana e em outras cidades brasileiras.

O movimento Vem Pra Rua, um dos protagonistas dos protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, marcou atos para o final da tarde em vários locais.

Para quarta-feira, são esperadas grandes mobilizações em Brasília, local do julgamento do habeas corpus. Autoridades do Distrito Federal montaram um esquema de segurança para tentar separar os grupos favoráveis e contra Lula.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), divulgou vídeo nas redes sociais convocando a militância para uma "grande vigília cívica" em favor de Lula em Brasília.

Grupos contrários ao ex-presidente também chamaram atos na capital federal pela rejeição do pedido de habeas corpus que, se ocorrer, pode resultar na prisão do ex-presidente.

Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.

Os três desembargadores da Turma entenderam que Lula recebeu o imóvel como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras. O petista nega ser dono do imóvel, assim como quaisquer irregularidades, e afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, para impedi-lo de ser novamente candidato à Presidência.

Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial de outubro, mas devido à condenação por um órgão colegiado da Justiça, deve ser impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.

O habeas corpus impetrado pela defesa de Lula busca que a pena imposta ao ex-presidente comece a ser cumprida somente em caso de rejeição de todos os recursos possíveis em todas as instâncias do Judiciário.

A 8ª Turma do TRF-4 rejeitou na semana passada os embargos de declaração da defesa de Lula contra a condenação no caso do tríplex, o que poderia abrir caminho para que o petista fosse preso. No entanto, uma liminar dado pelo STF impediu a expedição de um eventual mandato de prisão até que o Supremo decida sobre o pedido de habeas corpus de Lula.

(Por Eduardo Simões e Tatiana Ramil, em São Paulo, e Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

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