Brasil

OMS prevê consequências se zika estiver ligado a doenças

O mesmo mosquito que transmite o zika, a dengue, a chicungunha e a febre amarela está presente em áreas onde vive mais da metade da população mundial


	Microcefalia: grupo assessor da OMS recomendou realizar mais testes sobre o mosquito modificado, destinado a reduzir a população do mesmo
 (Getty Images/Getty Images)

Microcefalia: grupo assessor da OMS recomendou realizar mais testes sobre o mosquito modificado, destinado a reduzir a população do mesmo (Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 11h35.

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu nesta terça-feira que se for confirmada a possível relação entre zika e microcefalia ou a síndrome de Guillain-Barré, as consequências humanas e sociais para os países afetados serão "impactantes".

Em uma avaliação sobre a possibilidade de deter a propagação do zika mediante o controle do mosquito transmissor, a OMS descreveu o "Aedes aegypti" como "oportunista" devido à habilidade para se adaptar a diferentes ambientes, inclusive os criados pelas mudanças nos modos de vida do ser humano.

O mesmo mosquito que transmite o zika, a dengue, a chicungunha e a febre amarela está presente em áreas onde vive mais da metade da população mundial, por isso que seu controle é uma tarefa complexa e custosa.

A OMS afirma que, perante a gravidade da propagação da dengue nos últimos anos e agora do zika, considerou vital contar com mais técnicas de controle do mosquito, entre as quais avaliou a possibilidade de um protótipo de mosquito geneticamente modificado.

O grupo assessor da OMS recomendou realizar mais testes sobre o mosquito modificado, destinado a reduzir a população do mesmo, explicou a organização em sua avaliação.

Outra técnica em fase de estudos é a liberação em massa de insetos machos esterilizados com baixas doses de radiação, o que faria com o que os ovos das fêmeas não fossem viáveis e, por consequência, a população desses insetos sucumbiria.

Essa técnica foi testada no controle de pestes de insetos com graves efeitos sobre a agricultura.

Na espécie Aedes aegypti, apenas a fêmea pica o humano porque requer a proteína contida no sangue para que seus ovos se desenvolvam, enquanto o macho adulto prefere néctar e frutas.

Outra característica da fêmea é que em vez de chupar sangue suficiente para se alimentar em uma só picada, prefere picar várias vezes e vários indivíduos diferentes até se saciar. Isso aumenta o número de pessoas que um único mosquito pode infectar.

A fêmea deste inseto também é conhecida por utilizar o método das serpentes para atacar, ou seja, se aproxima da vítima por trás e a pica nos tornozelos e cotovelos, o que as protege de ser detectadas e esmagadas com a mão.

Ao longo dos anos, as preferências da fêmea evoluíram: do sangue de outros mamíferos ao sangue humano.

O inseto utiliza lugares escuros para descansar, a água parada e recipientes pequenos e escuros para deixar seus ovos.

A OMS detalhou que, até o momento, foi reportada uma associação entre a circulação do zika e o aumento da incidência da síndrome Guillain-Barré na Polinésia Francesa, Brasil, El Salvador, Martinica, Colômbia, Suriname, Venezuela e Honduras.

O zika frequentemente circulou de maneira simultânea à dengue e à chicungunha, que reagem de maneira cruzada nos testes de diagnóstico e fazem com que estas análises sejam pouco confiáveis.

Por isso, a OMS considera que novos e melhores testes estão entre as ferramentas mais urgentes requeridas perante o surto de zika na América Latina e no Caribe.

Acompanhe tudo sobre:DoençasMicrocefaliaOMS (Organização Mundial da Saúde)Zika

Mais de Brasil

Megaoperação no centro de SP mira desarticular PCC na Cracolândia; veja tudo o que se sabe

Duda Salabert pode fazer campanha para prefeitura de BH com colete à prova de balas

Eleições 2024: Quando começa a campanha eleitoral?

Barroso defende conciliação sobre marco temporal: 'Melhor que conflito'

Mais na Exame