Brasil

Obama defende modelo brasileiro para movimentos democráticos

Segundo o presidente norte-americano, Brasil é "um país que mostra que democracia traz liberdade e oportunidade a seu povo"

Obama no Rio: crise no norte da África ofuscou a viagem do presidente ao Brasil (Valter Campanato/ABr)

Obama no Rio: crise no norte da África ofuscou a viagem do presidente ao Brasil (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 08h39.

Rio de Janeiro - O presidente Barack Obama, declarando seu apoio ao crescimento da influência brasileira na economia global, disse que o país pode servir como modelo aos movimentos pró-democracia em todo o mundo, incluindo no Norte da África e no Oriente Médio.

O Brasil é “um país que mostra que a democracia traz liberdade e oportunidade a seu povo”, disse Obama ontem à plateia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “Um país que mostra como um clamor por mudanças que começa nas ruas pode transformar uma cidade, transformar uma nação, transformar o mundo.”

Obama, de 49 anos, chegou ao Brasil no dia 19 de março, dando início a uma viagem de cinco dias pela América Latina com o objetivo de intensificar as relações comerciais na região. No mesmo dia da chegada de Obama ao Brasil, países de uma coalizão internacional iniciaram uma ação militar contra as forças leais ao ditador líbio Muammar Kadafi. No dia do discurso de Obama no Rio de Janeiro, as operações militares na Líbia se intensificaram e bombardeios antiaéreos foram ouvidos em Trípoli.

A crise no Norte da África ofuscou a viagem de Obama, já que ele teve que fazer malabarismos para conciliar assuntos de segurança nacional com eventos oficiais e visitas no Brasil. Uma entrevista coletiva com a presidente Dilma Rousseff foi cancelada, permitindo que os dois líderes evitassem perguntas sobre a abstenção do Brasil no voto do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre a criação da zona de exclusão aérea na Líbia.

Democracia brasileira

O presidente americano usou o discurso de ontem para comparar o desenvolvimento dos mercados no Brasil desde o fim da última ditadura em 1985 à onda de levantes democráticos no Oriente Médio e Norte da África.


“Como duas nações que lutaram por muitas gerações para aperfeiçoar nossas próprias democracias, os Estados Unidos e o Brasil sabem que o futuro do mundo árabe será determinado por seu povo”, disse Obama.

Depois de passar seu primeiro dia em Brasília discutindo comércio e relações econômicas com a primeira presidente mulher do Brasil e um grupo de executivos brasileiros, o discurso de ontem foi usado para enviar uma mensagem mais abrangente ao povo brasileiro que destacou valores comuns entre os dois países.

Favela Tour

Ontem, mais cedo, Obama, a primeira-dama, Michelle, e suas duas filhas Malia e Sasha visitaram uma favela. Chegando à Cidade de Deus, assistiram a uma apresentação de capoeira. Logo depois, Obama trocou alguns passes de futebol com crianças, dizendo que os brasileiros são “os melhores jogadores de futebol no mundo”.

Mais tarde a família presidencial dos EUA visitou o Cristo Redentor.

A viagem de Obama continua hoje no Chile, onde ele se encontra com o presidente Sebastián Piñera. Amanhã, Obama vai a El Salvador e retorna a Washington no dia 23 de março.

Obama, durante seus pronunciamentos, destacou as muitas oportunidades para cooperação econômica entre EUA e Brasil, em especial em energia e infraestrutura. A economia brasileira, de US$ 2,2 trilhões, cresceu 7,5 por cento no ano passado, o ritmo mais forte em mais de duas décadas.

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