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"O marxismo não deu certo e liberalismo puro, também não", diz Huck

Huck afirmou que vê coisas positivas na esquerda, como a preocupação com o social, e na direita, comoo foco na eficiência

Huck: apresentador disse que "establishment político tenta se proteger das mudanças" (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 11h27.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 11h32.

O apresentador de TV Luciano Huck, apontado como possível candidato a presidente em 2022, disse que o establishment político no Brasil "tenta se proteger de qualquer forma das mudanças". A declaração foi dada durante o evento Estadão Summit Brasil nesta quarta-feira, dia 30.

Em discurso permeado por exemplos de conversas que teve com pessoas ao redor do País, Huck disse que decidiu entrar no debate político, por meio de movimentos cívicos como o Agora, porque "a conjuntura geopolítica do mundo" o colocou nessa posição.

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"Eu tinha dois caminhos: ou eu fingia que não era comigo ou eu contribuía de alguma forma", disse o apresentador de TV, afirmando que decidiu contribuir. Huck criticou a polarização no Brasil. Em sua avaliação, ela impede a continuidade de políticas públicas que deram certo no passado.

Gestão eficiente

O apresentador de TV também defendeu a austeridade do Estado, mas disse que o governo precisa olhar para a questão social. "A gente vive em um país extremamente desigual. Se a gente não fizer nada, vamos ter a perpetuação da pobreza no Brasil", disse. "A gente tem que ganhar eficiência na gestão, e a tecnologia vem para ajudar muito. O Estado tem um papel importante, mas não acho que tem que ser Estado empresário", ponderou.

"Só vai conseguir cuidar das pessoas quem cuidar das suas contas", continuou o apresentador, acrescentando que o Estado precisa ter o tamanho necessário e que há questões complexas, como a desigualdade, que precisam ser resolvidas.

Luciano Huck afirmou que não vê necessidade de se rotular politicamente e que vê coisas positivas na esquerda, como a preocupação com o social, e na direita, como o foco na eficiência. "O marxismo não deu certo e liberalismo puro, também não."

Huck defendeu, ainda, que é preciso qualificar a política para se ter um Estado eficiente, porque são os políticos que comandam o Estado. "Meu papel é jogar luz no debate e trazer gente para a política".

Sobre ter financiado um jatinho com recursos do BNDES, fato que já foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, Huck disse que "não há nada errado". "Pago meus impostos", afirmou.

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