O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante pronunciamento (Reprodução/Youtube)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2015 às 22h41.
São Paulo – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez na noite desta sexta-feira um pronunciamento sobre o período da sua legislatura à frente da Casa, no mesmo dia em que anunciou seu rompimento com o governo.
"A Câmara independente de hoje é um poder com muito mais iniciativa, conectado às necessidades da população, que não aguenta mais esperar", disse Cunha, após discorrer sobre a criação de Brasília e o período da ditadura militar.
O presidente da Câmara aproveitou a oportunidade na TV para falar a respeito das ações da Câmara realizadas neste ano, como a aprovação da redução da maioridade penal, a regulamentação da PEC das Domésticas, da PEC sobre os direitos dos trabalhadores terceirizados e o fim do fator previdenciário, além da PEC da Bengala.
"Nunca a Câmara trabalhou tanto como agora", disse.
Cunha também disse que "hoje, o Brasil vive uma crise. Crise com a qual todos sofrem e que o governo busca enfrentar com medidas de ajuste, que a Câmara tem avaliado com critério", afirmou.
Ele afirmou ainda que a Casa está atenta à governabilidade do país, "que é nosso dever assegurar".
"É para o povo que vamos continuar trabalhando. Com independência, coragem, responsabilidade e eficiência", encerrou.
Antes mesmo de seu pronunciamento em rede nacional, Cunha já era o segundo assunto mais comentado do Twitter no mundo e o primeiro do Brasil com a hashtag #CunhaNaCadeia.
O discurso do presidente da Câmara gerou muito "barulhaço" no Rio e em São Paulo. Muitos vídeos do protesto acabaram sendo divulgados nas redes sociais.
O pronunciamento de Eduardo Cunha na TV acontece no mesmo dia em que ele anunciou seu rompimento com o governo, uma resposta à acusação do lobista Júlio Camargo feita durante depoimento ao juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato.
Camargo disse que Cunha pressionou violentamente Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, por uma propina de 5 milhões de dólares para viabilizar um contrato de navios-sonda da estatal.
Cunha desqualificou o depoimento e afirmou que a delação foi ilegal por ter sido feita à Justiça em primeira instância, e que ele só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que possui foro privilegiado.
Também em retaliação, Cunha autorizou hoje a criação das CPIs do BNDES e dos fundos de pensão.
Texto atualizado às 22h41
Assista ao pronunciamento da noite de hoje: