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Quem é Nelson Barbosa, o novo ministro do Planejamento

A presidente Dilma Rousseff anunciou Barbosa como o novo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão. Joaquim Levy é o novo ministro da Fazenda

O novo ministro do Planejamento Nelson Barbosa, deve agradar ao mercado e aos petistas (José Cruz/Agência Brasil)

O novo ministro do Planejamento Nelson Barbosa, deve agradar ao mercado e aos petistas (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 14h53.

São Paulo - O economista Nelson Barbosa é o novo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, anunciou a presidente Dilma Rousseff (PT) em nota publicada no blog do Planalto nesta quarta-feira (27).

Até meados da semana passada, ele era um dos mais cotados para assumir o Ministério da Fazenda. Há relatos de que, desde o anúncio da saída de Guido Mantega, ele teria se articulado para liderar a pasta. No entanto, o posto ficou para Joaquim Levy, que até agora era diretor-superintendente do Bradesco Asset Management.

A expectativa é de que, sob a sua batuta, o Ministério do Planejamento volte a ser protagonista dentro do governo - algo perdido durante a gestão de Miriam Belchior, segundo análise do jornal O Estado de S. Paulo.

Sua missão é reformular o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - que ajudou a formular durante a sua passagem pelo governo petista - e, junto com Levy, deve implantar as medidas de ajuste fiscal tão aguardadas para o próximo mandato.

O economista é Ph.D pela New School for Social Research de Nova York - conhecida por ser mais voltada para correntes heterodoxas da economia. O novo ministro da Fazenda, seu parceiro de equipe, por outro lado, foi forjado por um viés mais liberal do pensamento econômico na Universidade de Chicago, onde concluiu seu doutorado.

Apesar disso, um ex-orientando de Barbosa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) afirma que o agora ministro do Planejamento tem um perfil “mais pragmático e menos ideológico”. “Ele consegue aplicar o que cada escola tem de melhor, de acordo com a conjuntura econômica atual”, diz Marcos Lélis, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos que  conviveu com Barbosa entre 2003 e 2005.

Barbosa trabalhou dez anos no governo - entre 2003 e 2013. A partir de 2011, o economista assumiu o cargo de secretário-executivo da Fazenda e se tornou, assim, o número dois na linha de comando da pasta.

Durante todo este período, trabalhou diretamente com o atual ministro da Fazenda Guido Mantega. Isso significa que sua participação no governo começou no Ministério do Planejamento - para onde ele foi escalado agora.

Na Fazenda, ocupou as secretarias de Acompanhamento Econômico (2007/2008) e de Política Econômica (2008/2010), antes de ser levado por Mantega ao posto de secretário executivo.

Neste período, Barbosa teria participado da elaboração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa Minha Vida, de acordo com jornal O Globo. Ele também teria participado do grupo que elaborou as medidas do governo para combater a crise internacional.

Em 2013, ele deixou o cargo após divergências com Mantega e Arno Augustín, então secretário do Tesouro Nacional.

Barbosa já passou pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente é professor titular da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Sua saída do governo contou pontos para que fosse escolhido para chefiar a pasta. Ele foi um dos indicados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compor a nova equipe econômica de Dilma. A visão desenvolvimentista do economista, compartilhada pela presidente, também é bem vista pelo governo.

Para o mercado, a experiência de Barbosa no governo é positiva já que ele conhece o funcionamento da máquina pública e defende uma estratégia que resulte em geração de superávits primários sem interrupções para manter a estabilidade fiscal.  

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