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Celebridades do Brasil estão ligadas a contas do HSBC suíço

Levantamento do blog do jornalista Fernando Rodrigues e do jornal O Globo mostra que ao menos 16 personalidades estão vinculadas a contas do HSBC na Suíça

Logo do HSBC é visto em vidro de prédio em Londres (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Logo do HSBC é visto em vidro de prédio em Londres (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 23 de março de 2015 às 13h05.

São Paulo – Levantamento do blog do jornalista Fernando Rodrigues e do jornal O Globo mostra que ao menos 16 nomes conhecidos da cultura nacional constam na lista de mais de 8,6 mil brasileiros relacionados a contas na agência de “private bank” do HSBC, em Genebra, na Suíça.

Os dados se referem aos anos de 2006 e 2007 e foram compilados no âmbito da apuração internacional conhecida como SwissLeaks, conduzida pela entidade International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ).

Algumas das personalidades listadas receberam dinheiro público por meio da Lei Rouanet, por exemplo. Mas, como afirma a reportagem de Fernando Rodrigues, “não é possível nem correto fazer uma conexão entre o dinheiro captado e os recursos que eventualmente circularam nas contas bancárias na Suíça”.

Segundo o levantamento, dos listados, apenas o apresentador Jô Soares e o diretor de TV Ricardo Waddington não receberam recursos públicos por meio de leis de fomento. De acordo com o levantamento das duas publicações, até 2015, os artistas listados receberam mais de 50 milhões de reais do governo.

Entre os nomes relacionados está a família do escritor Jorge Amado, que faleceu em 2001. Além dele, sua esposa Zélia Gattai, morta em 2008, e os filhos Paloma e João Jorge Amado estão relacionados a uma conta na instituição. Segundo os dados, a conta relacionada à família foi aberta em janeiro de 2001 e fechada em 2003.

Ao jornal O Globo, os filhos do escritor afirmaram que a conta foi aberta na Suíça para o repasse de direitos autorais oriundos de outros países e para facilitar a sucessão em caso de morte de Jorge Amado. "Quando ele ficou doente, ligaram do banco [nos Estados Unidos] avisando que, pela legislação americana, em caso de morte do titular da conta ela ficaria bloqueada até o encerramento da sucessão, quando o tesouro americano cobraria um imposto de transmissão altíssimo", afirmou a filha do casal. 

O cineasta Andrew Waddington (conhecido como Andrucha) aparece dividindo uma conta com o irmão Ricardo Waddington, atualmente diretor da TV Globo. Segundo o colunista, a conta foi aberta em março de 1997 e fechada em janeiro de 2000. Ricardo nega a existência da conta.

Outro cineasta que consta nos registros do HSBC é Hector Babenco, que teria tido uma conta entre abril de 1988 e junho de 1992. O cineasta também nega a existência da conta.

Os atores Claudia Raia e Edson Celulari, que se separaram em 2010, são apresentados como donos de uma conta conjunta entre maio de 2004 e novembro de 2006. Em 2006/2007, a conta tinha um saldo de 135.723 dólares.

O ator Francisco Cuoco também é listado como correntista do banco desde setembro de 1994. Em 2006/2007, a conta tinha um saldo de 116.240 dólares.

A atriz Marília Pêra aparece como detentora de uma conta desde fevereiro de 1999, com saldo de 834.133 dólares em 2006/2007. A também atriz Maitê Proença é apresentada como dona de uma conta aberta em abril de 1990 e com saldo de 585.241 dólares. A atriz nega que tenha uma conta em banco suíço.

O apresentador de TV Jô Soares é listado como correntista entre fevereiro de 1997 e janeiro de 2003. Seu nome aparece ligado a duas pessoas jurídicas, Lequatre Foundation, de Liechtenstein, e Orindale Trading, nas Ilhas Virgens Britânicas. Ao jornal O Globo, o apresentador afirmou que era correntista do HSBC em Nova York e que desconhece as duas entidades a ele relacionadas.

Já o músico Tom Jobim, falecido em 1994, aparece como titular de uma conta entre dezembro de 1993 e junho de 1995. A viúva do músico, Ana Lontra Jobim, é listada como detentora de três contas, entre dezembro de 1993 e agosto de 1995.

O publicitário Roberto Medina, idealizador do Rock In Rio, é registrado como correntista entre os anos 1990 e 2000. 

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