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Ninguém está feliz na política, nem no PSDB, diz Alckmin

Ex-governador de São Paulo defendeu a realização de uma reforma política no país e garantiu não ter pretensão de sair do PSDB

Geraldo Alckmin: ex-governador de São Paulo afirmou que não pretende deixar o PSDB (Valter Campanato/Agência Brasil)

Geraldo Alckmin: ex-governador de São Paulo afirmou que não pretende deixar o PSDB (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de junho de 2019 às 20h58.

São Paulo - O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) saiu em defesa da realização de uma reforma política no País. Embora negue qualquer possibilidade de deixar o PSDB, o tucano afirmou que o Brasil possui hoje um dos piores sistemas partidários do mundo, o que impede qualquer um de estar feliz na política.

"Ninguém está feliz na política, nem no PSDB", afirmou o tucano, reiterando que "sem uma reforma política, as crises não acabam". "Com 35 partidos, todos estão divididos, o eleitor não sabe em quem votar", emendou. Ao negar uma possível saída do PSDB, Alckmin rebateu: "Sou a sétima assinatura da carta de fundação".

As declarações de Alckmin foram dadas em resposta a uma pergunta sobre a notícia de que teria declarado nesta semana que não está satisfeito no PSDB, em evento ocorrido em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. "Me perguntam se estou feliz no partido. Não estou e quem disser que está está mentindo. Não estou satisfeito no PSDB, já que o sistema brasileiro não permite que qualquer pessoa esteja feliz com qualquer partido", disse Alckmin na ocasião, segundo noticiou o portal UOL.

Improbidade

Alckmin também falou da ação civil de improbidade administrativa ajuizada pelo promotor de Justiça Marcelo Milani, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que pede o bloqueio de até R$ 5,4 bilhões dele e de outros 28 investigados. O processo envolve a licitação dos trechos Sul e Leste do Rodoanel.

De acordo com o promotor, o contrato é "inexequível", pois traz uma "proposta (de cobrança de pedágio) bem inferior ao teto previsto no edital". O MP-SP destaca os valores das taxas básicas de pedágio cobrados pelo consórcio vencedor, "consistente no valor de R$ 2,19, para o Trecho Sul e de R$ 1,64 para o Trecho Leste". No edital, a cobrança máxima estipulada é de R$ 6,00 e R$ 4,50, respectivamente.

Segundo Alckmin, a licitação havia sido feita pelo também ex-governador do Estado Alberto Goldman (PSDB). Alckmin diz que a SPMar foi vencedora da licitação com uma proposta 60% abaixo do teto, mas conseguiu entregar a obra, que "está pronta e operando".

Em comparação, o segundo lugar na licitação ofereceu contrato 12% abaixo do teto. Hoje a SPMar está em recuperação judicial, o que, segundo Alckmin, é um "problema particular" da empresa. Ele justifica a oferta competitiva, pois "o grupo que na época ganhou o contrato queria entrar nas concessões", e diz que "o Estado não gastou um centavo" com a execução da obra. Em nota, a defesa de Alckmin disse que "é inusitado, para dizer o menos, que o administrador público seja processado pela escolha menos onerosa para a sociedade."

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