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"Não sou coveiro", diz Bolsonaro sobre mortes por coronavírus

Bolsonaro também afirmou que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, quer ter acesso aos dados sobre covid-19 para se pronunciar sobre isolamento social

Bolsonaro: presidente tem pressionado pela flexibilização de medidas de isolamento social (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2020 às 21h21.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 21h23.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira não ser "coveiro" ao ser questionado pela imprensa para comentar a respeito de um suposto recorde de mortes por coronavírus em 24 horas no Brasil --o número divulgado pelo Ministério da Saúde inicialmente foi de 383 óbitos, mas, após a entrevista no Palácio da Alvorada, a pasta corrigiu a informação para 113.

"Não sou coveiro, tá?", disse o presidente.

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Bolsonaro tem pressionado pela flexibilização de medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos para garantir, o quanto antes, a retomada da atividade econômica e a manutenção dos empregos.

Na entrevista, o presidente afirmou que o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, quer ter acesso aos dados sobre o coronavírus para se pronunciar sobre isolamento social. Os dois reuniram-se nesta segunda.

Teich anuncia compra de testes para plano de saída do isolamento

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou nesta segunda-feira que a pasta elevou para 46 milhões a previsão de compra de testes para o novo coronavírus e destacou que a medida é importante no projeto do governo para pôr fim a medidas de distanciamento social adotadas até agora.

"Nossa previsão de compra de testes subiu para 46 milhões. Isso é muito importante para o nosso processo que está sendo desenhado de entender melhor a doença, sua evolução, e fazer um projeto que já está sendo feito para revisão do distanciamento social", disse ele, em vídeo distribuído pela assessoria de imprensa da pasta.

Segundo Teich, a previsão anterior do ministério era de comprar 24 milhões de testes e a intenção dessa testagem em massa não é que toda a população brasileira seja testada, mas sim que aquelas que forem testadas reflitam a população brasileira como um todo.

"Isso vai ser fundamental nesse processo de realmente entender a doença e desenhar a saída, é um dos grandes braços desse projeto", disse.

O ministro afirmou que também nesta segunda foi firmado um contrato para se processar 30 mil exames por dia, em um total de 3 milhões de exames.

No vídeo, Teich informou ainda que o ministério firmou outro contrato de compra de 3,3 mil respiradores, dos quais 150 serão entregues em maio, a um custo total de 78 milhões de reais.

O ministro assumiu a Pasta na última sexta-feira, depois da demissão, no dia anterior, de Henrique Mandetta. Teich defende uma política de testagem em massa da população para conhecer os números reais da epidemia e fazer o que chama de um "isolamento inteligente", restringindo o movimento em locais onde há maior risco.

A política agradou ao presidente Jair Bolsonaro, que entrou em atrito com Mandetta por discordar do distanciamento social adotado pela maioria dos governadores e cobrava medidas para exigir a reabertura de comércio e empresas, contrário à política defendida pela Organização Mundial de Saúde.

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