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"Não conseguem me derrotar na política", diz Lula em ato em SP

Em protesto na Avenida Paulista, Lula fez várias críticas ao governo do presidente Michel Temer e voltou a mirar artilharia contra o juiz Sérgio Moro

Protesto na Avenida Paulista: "O problema desse país não é o Lula, é o golpe", disse Lula (Ricardo Stuckert/Facebook/Divulgação)

Protesto na Avenida Paulista: "O problema desse país não é o Lula, é o golpe", disse Lula (Ricardo Stuckert/Facebook/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 20 de julho de 2017 às 21h36.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira durante ato em São Paulo contra sua condenação que seus adversários não conseguem derrotá-lo na política, então buscam vencê-lo com processos judiciais.

Em protesto na Avenida Paulista, Lula fez várias críticas ao governo do presidente Michel Temer e voltou a mirar artilharia contra o juiz Sérgio Moro e contra procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato.

O ato em São Paulo foi parte de protestos convocados em várias capitais do país em defesa de Lula e contra a condenação do ex-presidente por Moro.

"O problema desse país não é o Lula, é o golpe", disse Lula sob gritos de "Brasil urgente, Lula presidente".

Na Paulista, manifestantes carregavam bandeiras do PT, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de outras centrais e uma grande faixa com os dizeres "eleição sem Lula é fraude". A Polícia Militar não divulgou estimativa do número de manifestantes.

"Como eles não conseguem me derrotar na política, eles querem me derrotar com processos. E todo dia é um processo, todo dia um inquérito", disse.

"Eles sabem que se um dia vocês elegerem uma pessoa comprometida com o povo, a gente vai ter que desmontar a desgraceira que eles fizeram."

Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão, sem no entanto determinar que o ex-presidente fosse imediatamente preso, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso que envolve um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Moro concordou com a acusação do Ministério Público Federal de que o imóvel foi um pagamento de propina da construtora OAS a Lula.

Caso a condenação seja confirmada pelo Tribunal Federal da 4ª Região, segunda instância da Justiça Federal do Paraná onde Moro atua, Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2018, ficará impedido de disputar a eleição.

O ex-presidente nega quaisquer irregularidades e afirma ser vítima de uma perseguição política promovida por setores da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário com vistas a impedí-lo de concorrer novamente ao Palácio do Planalto.

Os atos em defesa de Lula aconteceram em várias capitais do país. Além de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, entre outras, registraram manifestações favoráveis ao ex-presidente.

Além do apoio a Lula e críticas à sua condenação por Moro, os manifestantes também gritaram palavras de ordem contra o presidente Michel Temer e as reformas trabalhistas --já aprovada e sancionada pelo presidente-- e da Previdência --que tramita na Câmara dos Deputados.

Pediam também "fora Temer" e a realização imediata de eleições diretas para presidente da República.

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