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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
São Paulo - Com as matrizes em dificuldades financeiras e o mercado externo ainda complicado por causa da crise, as multinacionais estão recorrendo mais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e trazendo menos dólares ao País para financiar seus projetos. Os empréstimos do BNDES para empresas de capital estrangeiro dobraram de R$ 9,8 bilhões em 2007 para R$ 20,4 bilhões em 2009, conforme informações fornecidas pelo banco. Entre janeiro e julho deste ano, os desembolsos para multinacionais ficaram em R$ 8,6 bilhões.
O BNDES informou que a legislação não permite discriminação entre empresas de capital nacional e companhias estrangeiras instaladas no Brasil. As multinacionais, no entanto, não receberam tratamento especial. A participação dessas empresas na carteira do banco se manteve entre 15% e 16% nos últimos três anos. De janeiro a julho, está em 12%. A perspectiva da área econômica do banco é de queda este ano em relação aos 16% de 2009.
Para economistas do mercado, o crescimento significativo de recursos do BNDES garantiu os investimentos, contribuindo para elevar a oferta de produtos e controlar a inflação. Mas teve um efeito colateral, que é ajudar a reduzir a entrada de investimento estrangeiro produtivo, o que deixa o País mais vulnerável ao capital volátil para fechar suas contas.
Pelas projeções do Banco Central, o investimento estrangeiro direto não vai cobrir o déficit externo brasileiro, em conta corrente, pela primeira vez desde 2001. O BC estima US$ 49 bilhões de déficit e um ingresso líquido de investimento estrangeiro direto de US$ 38 bilhões. Isso significa que o País vai depender da entrada de pelo menos US$ 11 bilhões em investimentos em ações e renda fixa para fechar as contas. Nada preocupante, por enquanto, dada a magnitude de capitais especulativos que o Brasil vem atraindo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.