Brasil

MP e TCU pedem anulação de aposentadoria de Silvinei Vasques e devolução dos valores recebidos

Subprocurador-geral diz que concessão de benefício ao ex-diretor da PRF é ‘ilegal’ por ele responder a processos administrativos e judiciais

Silvinei Vasques: ex-diretor da PRF responde a processos por, supostamente, tentar interferir nas eleições de 2022 (Evaristo Sá/Getty Images)

Silvinei Vasques: ex-diretor da PRF responde a processos por, supostamente, tentar interferir nas eleições de 2022 (Evaristo Sá/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 10 de agosto de 2023 às 14h12.

Última atualização em 10 de agosto de 2023 às 14h14.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ao presidente da Corte, ministro Bruno Dantas, a anulação da aposentadoria do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso nesta quarta-feira, 9, por ordem do Supremo Tribunal Federal sob suspeita de ter usado a corporação para interferir nas eleições do ano passado.

O pedido, apresentado nesta quinta-feira, é assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que afirma entender que a aposentadoria de Vasques é “ilegal” porque ele enfrenta processos administrativos e judiciais que, em tese, poderiam levá-lo à perda do cargo caso ainda estivesse na ativa.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

De acordo com Furtado, o ex-diretor-geral da PRF teve a aposentadoria com salário integral concedida no final de 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro, mesmo sendo réu, à época, em processo de improbidade administrativa por ter pedido voto para o ex-presidente.

Neste ano, foram abertos pela Controladoria-Geral da União (CGU) três processos administrativos contra Vasques devido às suspeitas de interferência no segundo turno das eleições.

Já nesta quarta, 9, destacou o subprocurador-geral, o ex-diretor-geral foi preso preventivamente por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do inquérito que investiga o uso da PRF para prejudicar a votação de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva.

“Destaco que conforme art. 172 da Lei 8112/90, o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Além disso, conforme art. 134 do referido normativo, será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão”, afirmou Furtado na representação.

O subprocurador pediu que o TCU avalie a legalidade do ato que concedeu a aposentadoria a Vasques, anule o benefício e calcule os valores recebidos para que sejam devolvidos aos cofres públicos. Cabe ao ministro Bruno Dantas avaliar o prosseguimento da representação.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022Jair BolsonaroLuiz Inácio Lula da SilvaMinistério Público

Mais de Brasil

PGR vai ao STF para se manifestar contra ação do PT que questiona privatização da Sabesp

Geadas podem atingir RJ, SP e MG, e Inmet alerta para baixa umidade em 13 estados; veja previsão

Tremores de terra em SP: moradores da capital sentem efeitos de terremoto no Chile

FGTS pode ser descontado do salário?

Mais na Exame