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Mourão diz que é preciso relevar fala de Bolsonaro sobre fraude

"O cara está fragilizado, então vamos relevar o que ele disse", afirmou o general da reserva, que também defende uma nova Constituição

Hamilton Mourão: candidato a vice defende as reformas tributária, da Previdência e da Constituição (Paulo Whitaker/Reuters)

Hamilton Mourão: candidato a vice defende as reformas tributária, da Previdência e da Constituição (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 17h09.

Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 19h22.

São Paulo - O candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta segunda-feira que é preciso relevar o discurso do presidenciável sobre uma possível fraude na eleição e defendeu uma reforma na Constituição.

"Tem que relevar um homem que praticamente morreu, quase morreu, que passou por duas cirurgias graves. O cara está fragilizado, então vamos relevar o que ele disse. Minha posição é que o jogo é esse, nós vamos jogar e vencer no primeiro turno", disse Mourão a jornalistas em evento do Sindicato da Habitação '(Secovi), em São Paulo.

No domingo, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo do hospital onde está internado, após ser esfaqueado dia 6, e reforçou sua tese de uma possível fraude no pleito de outubro, afirmando que "não temos qualquer garantia nas eleições".

Esse tema tem sido recorrente nas declarações do presidenciável. Pouco antes do atentado ele voltara ao assunto, falando que em nenhum outro país do mundo a votação e a apuração é completamente eletrônica, o que seria um sinal claro da fragilidade do sistema adotado pelo Brasil.

Em discurso para uma plateia de empresários, Mourão defendeu as reformas tributária, da Previdência e da Constituição, após provocar polêmica, na semana passada, ao dizer que a Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo.

"Outro dia eu externei minha opinião sobre a questão da Constituição e fui taxado de antidemocrático. Se eu fosse antidemocrático, eu não estaria participando da eleição, eu estaria com a minha 45, limpando ela bonitinha, e aguardando melhores dias. Não é isso que estou fazendo, obviamente", disse.

"Nossa Constituição é terrível, ela abarca do alfinete ao foguete. Uma Constituição tem que ser de princípios e valores... a nossa está totalmente desatualizada, precisamos de uma outra. Considero essa a mãe todas as reformas, teremos que lidar com isso em algum momento", completou.

O candidato a vice na chapa de Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto, reforçou ainda a ideia de privatizações, caso seja eleito.

"Tem que privatizar o que deve ser privatizado... na área do petróleo, a distribuição e o refino podem e devem ser privatizados", afirmou.

"Mulambada"

Mourão disse também que a proposta da chapa liderada por Bolsonaro é fazer acordos bilaterais com países desenvolvidos, ao invés da realização de acordos com países do Hemisfério Sul.

"Partimos para aquela diplomacia que foi chamada de sul-sul, e aí nos ligamos com toda a mulambada, me perdoe o termo, existente do outro lado do oceano e do lado de cá que não resultaram em nada, só em dívidas, e estamos tomando calote", afirmou, referindo-se à política externa dos governos petistas.

"Vamos ter que ter novamente uma diplomacia que nos leve a acordos bilaterais, com aqueles grandes mercados."

Questionado depois sobre o termo 'mulambada', ele disse que era "apenas para o auditório ficar mais satisfeito".

 

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