Moro veta documentos da Petrobras pedidos por Lula
A defesa insistiu no acesso à documentação sobre o terreno que a Odebrecht teria supostamente comprado para abrigar uma sede do Instituto Lula
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de julho de 2017 às 18h05.
Última atualização em 18 de julho de 2017 às 18h20.
São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro , da Operação Lava Jato, rejeitou pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não permitiu a juntada de "milhares de documentos" da Petrobras nos autos do processo criminal sobre o terreno que a empreiteira Odebrecht comprou para supostamente abrigar uma futura sede do Instituto Lula.
Nesta ação são oito os réus, entre eles Lula, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci Filho (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), e Glaucos da Costa Marques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai.
Em longa petição, a defesa do ex-presidente insistiu no acesso à documentação integral "desses contratos bilionários e dos procedimentos de licitação e, subsidiariamente, indica centenas ou milhares de documentos que pretende ter acesso".
"A ver deste Juízo, persiste a defesa na requisição de centenas ou mesmo milhares de documentos irrelevantes para o julgamento", assinalou Moro na decisão em que rechaça a pretensão dos advogados do petista.
Em seu despacho, o juiz da Lava Jato manda um duro recado aos defensores do ex-presidente.
"Ao invés de discutir as questões de fato relevantes no feito, (a defesa) busca ou provocar incidentes de cerceamento de defesa ou a produção de provas desnecessárias."
Moro destacou que "não se vislumbra relevância e pertinência na juntada aos autos de mais centenas ou milhares de documentos sobre os contratos da Petrobras mencionados na inicial, quando os presentes nos autos já são suficientes para a avaliação dos fatos, considerando os termos da imputação."