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Ministro usa Operação Carne Fraca para desmentir influência na PF

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio, foi identificado em ligações investigadas pela Polícia Federal na operação Carne Fraca

Osmar Serraglio: ministro da Justiça afirmou que a operação é um exemplo "cabal" de que respeita a autonomia da PF (Deputado Osmar Serraglio / Facebook/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 17 de março de 2017 às 11h55.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 11h58.

Brasília - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio, foi identificado em ligações investigadas pela Polícia Federal na operação Carne Fraca , que apura fraudes em fiscalizações do Ministério da Agricultura com um esquema de pagamento de propina, mas não foi identificado ato ilícito, afirmou nesta sexta-feira o delegado da PF Mauricio Moscardi Grillo.

Segundo o delegado, as ligações do ministro da Justiça, empossado no início do mês, foram tratadas na operação com contexto separado e foram encaminhadas para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

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"Naquele momento, não houve ato errado que pudesse ser concluído no contato de Serraglio com uma pessoa investigada", disse o delegado. "Não conseguimos concluir se houve interferência de Serraglio no esquema."

Em nota, o ministro da Justiça afirmou que a operação é um exemplo "cabal" de que respeita a autonomia da PF e que soube da citação de seu nome na investigação "como um cidadão comum".

"Se havia alguma dúvida de que o ministro Osmar Serraglio, ao assumir o cargo, interferiria de alguma forma na autonomia do trabalho da Polícia Federal, esse é um exemplo cabal que fala por si só", diz a nota.

"A conclusão tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo juiz federal é a de que não há qualquer indício de ilegalidade nessa conversa degravada", acrescenta a nota.

A operação da PF investiga fraudes em fiscalizações do Ministério da Agricultura com um esquema de pagamento de propina, envolvendo duas das maiores companhias globais da indústria de carnes, a JBS e a BRF. Um dos fatos identificados na operação foi o pagamento de propinas a fiscais para fábricas contaminadas continuarem funcionando, entre diversas outras irregularidades nas fiscalizações.

O delegado Moscardi Grillo afirmou ainda, em entrevista coletiva sobre a operação, que há indicação de que parte da propina a fiscais seria direcionada a partidos políticos.

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