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Metroviários de São Paulo podem entrar em greve amanhã

Após mais de três horas de reunião, terminou sem acordo a audiência de conciliação entre sindicatos e representantes do Metrô


	Metrô de São Paulo: trabalhadores, representados pelo Sindicato dos Metroviários, pedem reposição de 10,82% além de 6,59% de aumento real
 (Sergio Berenovsky/Dedoc)

Metrô de São Paulo: trabalhadores, representados pelo Sindicato dos Metroviários, pedem reposição de 10,82% além de 6,59% de aumento real (Sergio Berenovsky/Dedoc)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 19h13.

Após mais de três horas de reunião, terminou sem acordo a audiência de conciliação entre sindicatos e representantes do Metrô de São Paulo, realizada na tarde de hoje (31) no Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região (TRT-2).

Os trabalhadores, representados pelo Sindicato dos Metroviários, pedem reposição de 10,82% além de 6,59% de aumento real. Na reunião de hoje, o Metrô ofereceu aos trabalhadores o índice sugerido pelo Ministério Público do Trabalho na audiência passada, de 10,03% de reajuste referente à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe).

No entanto, ofereceu o reajuste de forma parcelada: metade seria paga agora em maio e, o restante, em novembro, o que foi rejeitado pelos metroviários.

Durante a reunião, foi proposto que o Metrô pagasse imediatamente os 7,5% de reajuste que a companhia tinha oferecido na audiência passada, deixando o restante, 2,53% para novembro.

A companhia relutou. O tribunal permitiu, então, que a companhia desse, até as 18h30 de hoje, a resposta aos metroviários, momentos antes do início da assembleia na qual a categoria deve decidir se aceita essa proposta ou se entra em greve a partir de amanhã (1º).

"Até agora, não houve acordo. A empresa fez uma proposta que, na nossa opinião, continua bem ruim. Eles propuseram pagar a inflação do período (10,03%) pelo IPC da Fipe em duas parcelas, ou seja, você recebe a inflação do que já ocorreu e joga ainda para o futuro. É muito ruim uma proposta dessas. Além disso, nosso acordo coletivo teve o que chamamos de 'vários bodes', que eles põem para depois tirar, para dizer que são bonzinhos e mantiveram a redução do nosso 13º [salário], porque temos uma antecipação disso em janeiro, na metade do valor, e eles continuam insistindo em retirar essa antecipação", disse o presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior.

Caso os trabalhadores decidam, em assembleia, deflagrar a greve a partir de amanhã, o tribunal determinou o funcionamento de pelo menos 80% do serviço nos horários de pico e de 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.

Segundo Altino, os trabalhadores não tinham intenção de deflagrar a greve. "Não gostaríamos de fazer a greve, nem de pagar multa nenhuma, mas trabalhamos no mundo real. Não há como cumprir essas metas porque isso não cumprimos nem normalmente: para começar há vários trens parados no Metrô sem funcionários. Queria que o Metrô colocasse esses trens para funcionar para dar os 80%. Propusemos a catraca livre [mas não houve acordo]", acrescentou o sindicalista.

De acordo com o relator, desembargador Willy Santilli, a audiência ocorreu de forma positiva, embora não tenha havido acordo. "Todos foram educados, cooperativos, mas houve um conflito de interesse", disse Santilli. Para o desembargador, não há como impedir que uma greve da categoria seja deflagrada.

"A sociedade democrática tem que conviver com a greve. O mundo inteiro faz isso. Vivemos em uma sociedade democrática e temos que conviver com isso. A greve causa prejuízo para todo mundo. Para a empresa, para o trabalhador e para a população, mas é um instrumento fundamental para as pessoas conseguirem modificar suas vidas", disse Santilli aos jornalistas. Ninguém do Metrô falou com jornalistas após a audiência.

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