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Marinha recebe novo submarino no RJ, primeiro de projeto que prevê equipamento nuclear

Riachuelo, como foi nomeado, foi entregue com 5 anos de atraso. Tem capacidade para ficar até 5 dias debaixo d'água e é equipado para disparo de torpedos e mísseis táticos

O Prosub prevê ainda a construção de um submarino nuclear (Marinha do Brasil/Divulgação)

O Prosub prevê ainda a construção de um submarino nuclear (Marinha do Brasil/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 1 de setembro de 2022 às 15h44.

A Marinha do Brasil apresentou e incorporou à frota, na manhã desta quinta-feira, 1, na Base de Submarinos da Ilha da Madeira, no Complexo Naval de Itaguaí (RJ), o primeiro dos quatro submarinos convencionais previstos do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), que recebe o nome de Riachuelo, e opera com propulsão diesel-elétrica.

A entrega do equipamento à operação acontece cerca de cinco anos após o prazo previsto em cronograma, atraso que também afeta os demais submarinos. O Prosub prevê ainda a construção de um submarino nuclear.

Na solenidade, estiveram presentes o Ministro da Defesa, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos. O Riachuelo, tecnicamente chamado de S-BR1, contam os militares, será o sétimo navio da Marinha a receber este mesmo nome, em homenagem à Batalha Naval do Riachuelo, de 11 de junho de 1865, que ocorreu durante a Guerra da Tríplice Aliança.

O S-BR1 Riachuelo possui um comprimento total de 70,62 metros, diâmetro de casco de 6,2 metros, deslocamento na superfície de 1.740 toneladas e deslocamento em imersão de 1.900 toneladas. Seu sistema de combate é dotado de seis tubos lançadores de armas, com capacidade para lançamento de torpedos eletroacústicos pesados, mísseis táticos do tipo submarino-superfície e minas de fundo. Ele fará parte da operação de defesa dos 8,5 mil quilômetros de costa marítima brasileira.

Os submarinos S-BR, informou a Marinha, são derivados da classe Scorpène francesa e fazem parte de um projeto original da empresa Naval Group, modificado por engenheiros brasileiros. São fabricados no parque industrial do Complexo Naval de Itaguaí pela Itaguaí Construções Navais (ICN).

O Prosub integra um conjunto de programas estratégicos estruturados pela Marinha. Para os militares, o projeto representa um expressivo salto tecnológico no Brasil. Segundo a Marinha, a iniciativa, além de incentivar a Política Nacional de Defesa, impulsiona a capacitação de pessoal e contribui para a soberania nacional, em sua expressão tecnológica. Criado em 2008, por meio da parceria estabelecida entre o Brasil e a França, o programa tem o propósito de ampliar a capacidade de proteção da chamada Amazônia Azul, área com dimensões de 5,7 milhões de km2.

Além dos quatro submarinos, o Prosub prevê, também, a construção em solo brasileiro do primeiro submarino armado com propulsão nuclear (SCPN), junto à infraestrutura necessária para a operação e manutenção ele, composta por uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), um Estaleiro de Construção (ESC) e outro de Manutenção (ESM), uma Base Naval, um elevador de navios e oficinas equipadas no estado da arte.

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