Brasil

Manifestantes contra governo querem voltar à Paulista

Um grupo que estava acampado em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi disperso pela manhã


	Avenida Paulista: “A gente sabe que a polícia está só cumprindo o dever dela, a gente não está contra a polícia"
 (Nacho Doce / Reuters)

Avenida Paulista: “A gente sabe que a polícia está só cumprindo o dever dela, a gente não está contra a polícia" (Nacho Doce / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2016 às 11h21.

Parte dos manifestantes contra o governo pretende voltar a ocupar a Avenida Paulista, região central da capital, na noite de hoje (18).

Um grupo que estava acampado em frente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi disperso pela manhã.

A Polícia Militar usou jatos de água e gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto, que tentaram resistir a ação. Eles chegaram a jogar de volta uma bomba de gás contra os blindados e a tropa que fazia a desobstrução da via.

Com a ação, o trânsito na avenida foi liberado após quase 40 horas de obstrução. Os manifestantes contrários ao governo federal ocupavam a avenida em frente à sede da Fiesp, desde o início da noite de quarta-feira (16).

A entidade vem apoiando os atos contra o governo e exibiu na fachada do edifício uma faixa luminosa pedindo a renúncia da presidenta. O Movimento Brasil Livre apoia o ato.

Após passar duas noites no local, o estudante de engenharia Anderson Rocha, de 26 anos, resistiu à ação policial.

“A gente sabe que a polícia está só cumprindo o dever dela, a gente não está contra a polícia. Nós resolvemos resistir porque nossas manifestações sempre foram pacíficas, de domingo, não atrapalhando a vida de ninguém, diferentemente dos vermelhos. Eles simplesmente vem, ocupam, quebram tudo e fazem o que querem”, acusou.

Ele e outros manifestantes querem voltar à avenida após o ato de apoio à presidenta Dilma Rousseff previsto para a tarde de hoje.

Foi justamente para evitar confrontos entre os dois grupos que a Secretaria de Estado da Segurança Pública decidiu por remover os participantes do protesto.

Ontem (16), um jovem simpatizante do PT foi agredido ao tentar discutir com o grupo favorável ao impeachment.

O próprio secretário de Segurança, Alexandre de Moraes, também foi hostilizado ao tentar negociar a desocupação da via que havia sido solicitada pela PM por diversas vezes ao grupo.

“A gente pretende voltar, sim. Vamos ver qual vai ser atitude da polícia”, afirmou Anderson. Outro manifestante, Renato Tamaio, não estava tão certo sobre o retorno do protesto.

“Nós não sabemos o que vamos fazer. Vamos resolver isso em outra reunião à tarde”, disse. Depois da dispersão, um grupo com bandeiras do Brasil, cornetas e apitos foi para a Avenida 9 de Julho para dar continuidade ao protesto.

Apoio à Dilma

Sob o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) já está concentrado um pequeno grupo de apoio ao governo.

Em comunicado divulgado ontem (17), a Secretaria de Segurança Pública informou que o efetivo a ser utilizado, na tarde desta sexta-feira, no protesto organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Partido dos Trabalhadores (PT), será o mesmo do protesto de domingo (13).

“O efetivo policial será o mesmo da manifestação do dia 13, ainda que, segundo os organizadores, estejam sendo esperadas entre 100 e 200 mil pessoas”, diz a nota.

No protesto do último domingo, contra o governo federal, a Polícia Militar estimou a presença de 1,4 milhão de pessoas na Avenida Paulista.

“A prioridade máxima da polícia será garantir a paz e a segurança de todos. Se for necessário, adaptando-se a novas circunstâncias para evitar confrontos."

Acompanhe tudo sobre:Polícia MilitarProtestosProtestos no Brasil

Mais de Brasil

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais

STF mantém prisão de Daniel Silveira após audiência de custódia

Suspeitas de trabalho análogo à escravidão em construção de fábrica da BYD na Bahia