Lula lança novo PAC nesta sexta-feira, 11, com promessa de R$ 60 bi em investimentos anuais
Além dos recursos da União, programa contará com recursos das estatais, financiamento dos bancos públicos e do setor privado
Redação Exame
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 08h01.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 11h08.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta sexta-feira, 11, a nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Será um conjunto de milhares de obras com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos públicos nos próximos quatro anos. O anúncio acontece às 10h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Leia mais: Lula anuncia investimento de R$ 828 milhões na renovação de frota do BRT do Rio nesta quinta-feira
- Marcio Pochmann é nomeado presidente do IBGE
- Exclusivo: ministro das Comunicações, Juscelino Filho, é entrevistado da EXAME às 15h desta terça
- Vem aí a pauta verde no Congresso: hidrogênio verde, eólica offshore e mercado de crédito de carbono
- Tarcísio se diz contra a entrada do Republicanos no governo Lula
- Singapura abre mercado para carnes bovina e suína processadas do Brasil
- WhatsApp introduz recurso de chat por voz para grupos de até 32 pessoas simultaneamente
Além dos recursos do orçamento da União, o novo PAC contará com recursos das estatais, financiamento dos bancos públicos e do setor privado, por meio de concessões e parcerias público-privadas. A previsão é de que o total investido chegue a R$ 1 trilhão em quatro anos, incluindo os investimentos da Petrobras.
Etapas do PAC
Segundo a Casa Civil, a primeira etapa do novo PAC será composta por empreendimentos propostos por ministérios e governadores. Uma segunda etapa começará em setembro, com uma seleção pública para estados e municípios.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que o PAC será uma nova política de desenvolvimento de investimento em obras de infraestrutura e desenvolvimento industrial.
“Vai ser um grande programa de investimento e, combinado com a política de inclusão que já colocamos em prática, acho que vamos voltar a surpreender os analistas econômicos do FMI [Fundo Monetário Internacional], que vão se enganar todas as vezes que nivelaram por baixo as perspectivas de crescimento econômico do Brasil”, disse o presidente Lula, em conversa com correspondentes estrangeiros na última semana.
Histórico
A primeira versão do PAC foi anunciada pelo presidente Lula em janeiro de 2007, com o objetivo de superar os gargalos de infraestrutura do país. Primeiramente, o programa previu investimentos de R$ 503,9 bilhões em ações de infraestrutura nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos, entre 2007 e 2010.
Uma segunda etapa do programa, o PAC 2, foi anunciada em 2011 pela então presidenta Dilma Rousseff, com investimentos previstos em R$ 708 bilhões em ações de infraestrutura social e urbana.
Desafios
Um dos principais desafios do novo PAC será evitar os mesmos erros das edições anteriores, que resultaram em descontinuidade e paralisação de obras.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), no final de 2022, o país tinha mais de 8.600 obras paralisadas, o que representa cerca de 38,5% dos contratos pagos com recursos da União. A Corte apontou o mau planejamento dos empreendimentos é o principal fator de paralisação das obras.
Social e sustentabilidade
Além de incluir investimentos em áreas como transporte, infraestrutura e saneamento básico, o PAC terá como novidade o incentivo a projetos de geração de energia limpa. “Vamos anunciar muitos investimentos na questão energética, na energia eólica, solar, biodiesel, etanol, hidrogênio verde, e tudo isso vamos fazer na perspectiva de produzir energia mais barata para o povo brasileiro”, explica o presidente Lula.
O PAC prevê uma transição ecológica, com incentivos ao uso de combustíveis de baixa emissão de carbono, o uso de materiais sustentáveis no setor de construção civil, incentivo para a gestão de resíduos e logística sustentável.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, aponta o novo PAC como a grande oportunidade de o Brasil receber investimentos internacionais, promovendo obras alicerçadas na sustentabilidade ambiental.
“O Brasil quer voltar a crescer, promover inclusão social, tendo como pilar central a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente”, afirmou Rui Costa.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o novo Programa de Aceleração do Crescimento será um “PAC verde” e vai representar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no país.
“Precisamos destravar o investimento público com responsabilidade fiscal, no âmbito do novo marco fiscal que vai ser aprovado nas próximas semanas pela Câmara dos Deputados em caráter terminativo. Isso repactua as relações federativas de maneira que presidente da república, governadores e prefeitos se tornam parceiros para que a gente alcance os objetivos de gerar emprego e renda e terminar mais de 14 mil obras paradas que estão sendo retomadas, como escolas, creches, postos de saúde e hospitais. Isso sem falar em toda a infraestrutura do país que ficou muito prejudicada por falta de investimentos.”
Com Agência Brasil