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Justiça ouve oito militares envolvidos em caso Amarildo

O primeiro réu interrogado foi um soldado, motorista do tenente Luiz Medeiros, réu no processo


	Protesto sobre desaparecimento de Amarildo: 25 policiais militares são acusados de terem torturado e do desaparecimento do ajudante de pedreiro
 (Fernando Frazão/ABr)

Protesto sobre desaparecimento de Amarildo: 25 policiais militares são acusados de terem torturado e do desaparecimento do ajudante de pedreiro (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 21h27.

Rio de Janeiro - A Justiça do Rio fez hoje (15) mais uma audiência de instrução e julgamento no processo que envolve 25 policiais militares acusados de terem torturado e do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza em 14 de julho de 2013, na Rocinha, zona sul do Rio. Ao todo, oito réus foram ouvidos pelo juízo da 35ª Vara Criminal da Capital.

O primeiro réu interrogado foi um soldado, motorista do tenente Luiz Medeiros, réu no processo. Segundo relato, a rotina dele consistia em ficar no carro aguardando as ordens do tenente, que era subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

No dia 14 de julho, o soldado disse que foi à base da UPP da Rocinha por volta de 19h avisar que iria jantar. Após lanchar em uma mercearia, o PM alega ter retornado ao carro e que lá permaneceu por toda a noite.

Os soldados Jonatan Moreira, Márcio de Lemos e Bruno dos Santos Rosa também foram interrogados. Eles disseram que, também em torno das 19h do dia 14, receberam ordens para não sairem dos contêineres até segunda ordem. Os três afirmaram que não ouviram gritos ou barulhos do lado de fora da base e que foram liberados às 21h.

O soldado Sidney Macário, que também atuava no setor administrativo da UPP, disse que no dia do desaparecimento do ajudente de pedreiro entrou no contêiner por volta das 18h e só saiu de lá às 21h, quando foi liberado.

Ele negou os fatos narrados na denúncia. A soldada Vanessa Coimbra também foi interrogada. Ela disse que entrou no contêiner pouco depois das 17h.

Pouco antes de deixar o local, saiu apenas para ir ao banheiro, que ficava ao lado. A militar disse que ouviu vozes vindas da parte de trás do contêiner. Segundo ela, eram várias pessoas falando ao mesmo tempo, não sabendo apontar de quem seriam as vozes.

Os soldados João Magno e Rafael Mandarino, que trabalhavam com a soldado Vanessa Coimbra no mesmo contêiner, também foram interrogados pelo juízo.

O soldado Magno contou que, no dia 14 de julho, entrou na sede da UPP por volta das 15h, saindo de lá apenas na hora de ir embora, por volta das 21h.

O policial disse que não ouviu qualquer voz enquanto estava lá dentro. O soldado Rafael Mandarino disse que entrou no contêiner por volta de 12h30 e que só deixou o local a tarde para ir ao banheiro. Por volta das 21h, foi liberado.

A próxima audiência de instrução e julgamento foi marcada para o dia 28 deste mês. Só falta um réu para ser interrogado.

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