Brasil

Inmet emite alerta de 'grande perigo' por onda de calor; temperatura chega até 43ºC no Centro-Oeste

Primavera começou neste domingo com expectativa de ondas de calor intensas, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de setembro de 2024 às 06h19.

Tudo sobrePrevisão do tempo
Saiba mais

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu seis alertas de "perigo" que abrangem Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país. Os alertas vermelhos são de onda de calor e acumulado de chuva, e o laranja é de tempestade. Há ainda outros avisos de "perigo potencial", de chuvas intensas e de baixa umidade. Em muitas capitais, as temperaturas devem ultrapassar os 30ºC, alcançando até 43°C, como é o caso de Cuiabá. Veja a previsão para esta quinta-feira.

O Inmet emitiu um alerta de "grande perigo" para uma onda de calor que cobre uma faixa de nove estados: Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. Nestas regiões, a temperatura deve permanecer 5ºC acima da média mais de cinco dias.

Nas capitais das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, as temperaturas devem ultrapassar os 30°C. Confira as máximas:

  • Rio Branco: 38°C;
  • Porto Velho: 39°C;
  • Manaus: 38°C;
  • Boa Vista: 37°C;
  • Macapá: 34°C;
  • Belém: 35°C;
  • Cuiabá: 43°C;
  • Campo Grande: 36°C;
  • Goiânia: 39°C;
  • Brasília: 33°C;
  • Belo Horizonte: 34°C;
  • Vitória: 32°C;
  • Rio de Janeiro: 38°C;
  • São Paulo: 36°C;

Além do alerta de onda de calor, um aviso de baixa umidade abrange 19 estados, além do Distrito Federal, nesta quinta-feira. O aviso indica que a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20%. O ar seco vai afetar estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, além do norte do Paraná.

Em Tocantins, o Inmet alerta para chuvas intensas no norte do estado. O aviso indica chuva de até 50 mm por dia e ventos intensos.

Chuvas no Rio Grande do Sul

Segundo o Inmet, o estado enfrentará tempestades em dois níveis de alerta: amarelo, que significa "perigo potencial", e laranja, "perigo". Nestas regiões, a previsão é de ventos intensos e risco de queda de granizo.

Na área vermelha, o alerta é de "grande perigo". A defesa civil do Rio Grande do Sul emitiu neste domingo um alerta para o risco de inundação. O Inmet prevê chuva superior a 100 mm por dia, com grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas.

"Primaverão"

Durante a estação, o Brasil deve experimentar temperaturas acima da média histórica, que poderão ser uma das principais preocupações deste período. Segundo o Prognóstico Climático para a Primavera de 2024, publicado pelo Inmet, a primavera será marcada por episódios de calor extremo, influenciados pelo fenômeno La Niña, com impactos tanto na saúde pública quanto na agricultura.

O calor deve ser um problema recorrente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. O ar seco e a irregularidade das chuvas vão intensificar os períodos de temperaturas elevadas, com maior risco de ondas de calor entre outubro e dezembro.

As precipitações, que retornam gradualmente a partir de outubro, não serão suficientes para impedir o avanço da seca em partes dessas regiões, afetando diretamente a agricultura, principalmente nas fases iniciais do plantio de soja e milho. O Inmet alerta que a primavera será um período crítico para monitoramento, visto que as altas temperaturas podem acentuar a evaporação do solo, prejudicando as plantações.

Na Região Norte, especialmente no sul da Amazônia, a combinação de calor intenso e baixa umidade trará um aumento na incidência de queimadas e incêndios florestais, com outubro sendo o mês mais crítico.

A previsão indica menos chuvas do que o esperado para o período, tornando a região ainda mais suscetível ao fogo. Em contrapartida, áreas como o sudoeste do Amazonas e o Acre podem receber volumes de chuvas dentro ou acima da média, mas ainda enfrentam riscos relacionados ao calor prolongado.

O Nordeste também será afetado pelo calor, especialmente no interior e oeste da região, onde as temperaturas devem ultrapassar a média histórica. O fim da estação chuvosa trará meses mais secos para grande parte do território, com alto risco de ondas de calor, principalmente nos estados do Piauí e Maranhão. O sudeste da Bahia será uma exceção, com chance de registros chuvas mais próximas da média, o que deve amenizar a situação no local.

A Região Sul terá uma primavera marcada pela irregularidade das chuvas. Estados como Paraná e Santa Catarina devem registrar precipitações abaixo da média, o que poderá impactar o solo e prejudicar as lavouras. No entanto, o Rio Grande do Sul pode apresentar chuvas mais regulares, favorecendo as plantações. A chegada de ondas de calor em dezembro também ameaça a umidade do solo, essencial para a nova safra agrícola.

De acordo com o Inmet, o calor extremo durante a primavera será impulsionado por altos níveis de radiação solar e padrões climáticos intensificados pelo La Niña; a situação deverá colocar as regiões mais quentes do país em estado de alerta.

Para ser caracterizado como onda de calor — expressão que se popularizou no ano passado após nove ocorrências do fenômeno —, é preciso ficar pelo menos cinco graus acima da média por um período de cinco dias ou mais.

O cenário, conforme explicam os especialistas, tem implicações diretas na saúde pública, com o aumento questões relativas à desidratação e problemas respiratórios, além dos impactos na agricultura, com risco de perdas em culturas sensíveis ao calor e à falta de água.

Acompanhe tudo sobre:Previsão do tempoClimaCalorMudanças climáticas

Mais de Brasil

Primeiras ondas de frio chegam ao Brasil em abril — mas calor ainda deve predominar

Anvisa emite alerta sobre cremes dentais com fluoreto de estanho após relatos de lesões orais

Lula diz que Brasil prioriza negociações com governo Trump antes de aplicar reciprocidade em tarifas