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Inflação continuará pressionada nos próximos meses, prevê RC Consultores

Fábio Silveira acredita que o cenário mais provável é de alta dos juros em janeiro

Item carnes teve a maior contribuição individual para a inflação de novembro (Wikimedia Commons)

Item carnes teve a maior contribuição individual para a inflação de novembro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 16h01.

São Paulo - A combinação entre o aumento de matérias-primas e o aquecimento do mercado doméstico está turbinando os preços ao consumidor, que devem continuar em alta nos próximos meses. Em novembro, segundo o IBGE, o IPCA subiu 0,83%.

A previsão é do sócio-diretor da RC Consultores Fábio Silveira, que participou nesta quarta-feira (8) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“Essa alta do IPCA tem a ver, em grande medida, com a valorização dos preços das commodities no mercado internacional. Essa alta, logicamente, é transferida para o mercado doméstico, chegando à esfera do consumidor. É um quadro reforçado por um mercado doméstico bastante fortalecido, que sanciona essa pressão de custos, essa inflação de demanda que se observa em escala global e nacional. Nós entendemos que esse processo tende a permanecer nos próximos meses”, diz Silveira.

O sócio diretor da RC Consultores afirma que a elevação dos preços dos serviços não é novidade e já estava no radar dos analistas. “O setor de serviços já apresenta incremento de preços há um bom tempo. Não é do hoje que os serviços estão subindo, até porque os salários estão subindo já faz muito tempo.”

As medidas de restrição ao crédito anunciadas na semana passada pelo Banco Central foram, segundo o economista, uma tentativa de evitar a alta de juros na reunião desta quarta-feira (8). “O mercado incorporou a não majoração dos juros neste momento, mas, me parece que, se não for hoje, deverá ocorrer na próxima reunião, quando o próximo presidente do Banco Central já estará no comando.”

Na entrevista (para ouvi-la, clique na imagem ao lado), Fábio Silveira avalia o impacto no câmbio do aperto monetário previsto para 2011 e comenta a ideia do ministro Guido de Mantega de criar um índice de inflação sem alimentos e combustíveis.

Leia mais: Inflação ultrapassará teto da meta no 3º tri de 2011, prevê Barclays

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