Indústria continuará a crescer em ritmo menor, prevê CNI
No decorrer do ano as taxas de crescimento devem continuar baixas em relação ao ano passado porque a base de comparação é alta, diz gerente-executivo do CNI
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2011 às 16h34.
São Paulo - A diminuição do ritmo de crescimento da indústria no início de 2011, comparado ao verificado ao longo de 2010, deve continuar durante o ano. A avaliação é do gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "A atividade industrial começou o ano de 2011 crescendo e a comparação com 2010 é positiva, mas o ritmo de crescimento é muito menor do que o que vinha sendo observado anteriormente", afirmou o economista.
Castelo Branco disse que os primeiros meses do ano normalmente têm atividade mais moderada, mas no decorrer do ano as taxas de crescimento devem continuar baixas em relação ao ano passado porque a base de comparação é alta. No início de 2010, por exemplo, ainda estavam em vigor parte dos incentivos tributários concedidos pelo governo durante a crise.
"Além disso, o quadro macroeconômico é menos favorável. Internamente, temos o aumento dos juros e as medidas de restrição ao crédito, enquanto a economia mundial ainda não se recuperou e volta a enfrentar problemas, como a crise política dos países árabes e o terremoto no Japão", completou.
Hoje, a CNI informou que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) na indústria recuperou-se da queda registrada em dezembro do ano passado e aumentou 0,2 ponto porcentual, para 82,6% em janeiro. Na comparação com janeiro do ano passado, a utilização do parque instalado aumentou 1,4 ponto porcentual.
Já o faturamento real da indústria recuou 1,3% em janeiro, na comparação com o último mês de 2010 (dados dessazonalizados). Apesar de essa ser a segunda queda consecutiva, na comparação mensal, o faturamento da indústria ficou 7,9% acima do patamar registrado em janeiro do ano passado.