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Favorito em pesquisas, Russomanno não consegue alianças

Apesar do favoritismo nas eleições para prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno não consegue fechar alianças políticas devido a inseguranças jurídicas


	Celso Russomanno: candidato é alvo de uma ação penal por peculato, que está nas mãos do STF, e pode ficar de fora das eleições
 (Divulgação/Facebook)

Celso Russomanno: candidato é alvo de uma ação penal por peculato, que está nas mãos do STF, e pode ficar de fora das eleições (Divulgação/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2016 às 08h23.

São Paulo - O deputado Celso Russomanno (PRB) lidera com folga as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo, mas a insegurança jurídica que ameaça a confirmação de sua candidatura afastou partidos que estavam próximos de fechar uma aliança em torno de seu nome.

É o caso do PTB e do Solidariedade. O primeiro havia firmado um acordo informal de apoiá-lo em troca de indicar o candidato a vice, mas acabou migrando para a pré-candidatura da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP). O segundo optou por lançar um candidato próprio, o deputado Major Olímpio.

O futuro de Russomanno depende do Superior Tribunal Federal, onde corre um processo que poderá tirá-lo da disputa. O deputado do PRB é alvo de uma ação penal por peculato.

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), o deputado empregou, entre 1997 e 2001, em sua produtora, em São Paulo, uma funcionária que trabalhava em seu gabinete de deputado. Ainda segundo a denúncia, o salário dessa funcionária era pago pela Câmara.

Em primeira instância, Russomanno foi condenado em 2014 a dois anos e dois meses de prisão em regime aberto. A pena foi revertida pela Justiça em trabalhos comunitários e multa de 25 cestas básicas, no valor de R$ 200 cada uma.

No Supremo, a ação está conclusa para decisão. A relatora, ministra Cármen Lúcia, já ordenou que o processo entre na pauta de julgamento, o que deve acontecer logo após o fim do recesso do Judiciário, na primeira semana de agosto.

A expectativa é de que a decisão saia antes do dia 15, quando se encerra o prazo para inscrição de candidaturas para as próximas eleições. Russomanno tem contra si um parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que no início de junho manifestou-se a favor da condenação.

Convicção de inocência

Em abril, o deputado chegou a pedir autorização para restituir o valor dos salários questionados pelo Ministério Público. Na ocasião, a defesa argumentou que, embora convicta da inocência e de uma decisão favorável da Corte, o deputado estaria disposto a pagar para que "não se tenha dúvidas quanto a sua lisura no agir e de sua conduta como homem público".

Se o Supremo ratificar a condenação em primeira instância, Russomanno será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e terá os direitos políticos suspensos por oito anos. Nesse caso, ele não perderia o mandato de deputado federal, mas ficaria impedido de concorrer à Prefeitura de São Paulo este ano.

Convenção antecipada

"Pode ser que essa questão no Supremo Tribunal Federal tenha atrapalhado, mas estamos tranquilos", diz o presidente do PRB paulistano, Aildo Rodrigues Ferreira. O dirigente conta que o PRB decidiu antecipar de 30 de julho para o dia 24 a convenção da legenda para "dissipar os rumores" de que Russomanno desistiria.

Sem opções de aliança com os grandes e médios partidos, o deputado tenta formar um palanque com partidos "nanicos" - PTN, PTdoB e PEN. Russomanno também tenta atrair o PSC, que cogita lançar a candidatura do deputado Marco Feliciano.

O candidato do PRB tem liderado as pesquisas de intenção de votos. No mais recente levantamento feito pelo Datafolha, divulgado na sexta-feira passada, Russomanno aparece com 25% das intenções de voto, contra 16% de Marta Suplicy. A deputada e ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL) apareceu com 10%, seguida pelo prefeito Fernando Haddad (PT), com 8%; João Doria (PSDB), 6%; e Marco Feliciano (PSC), com 4%.

Na pesquisa Ibope divulgada no dia 21 de junho, Russomanno aparece com 26% das intenções de voto, seguido de Marta (10%), Erundina (8%), Haddad (7%), Doria (6%), Matarazzo (4%) e Feliciano (4%). Os deputado Major Olímpio (SD) e Roberto Tripoli (PV) obtêm 2% cada.

Defesa

Procurado pelo Estado, Russomanno informou, por meio de sua assessoria, que não iria comentar o assunto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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