Impacto fiscal do salário mínimo une prefeitos à União
Confederação Nacional dos Municípios estima em R$ 38 milhões o impacto nas contas das prefeituras de cada R$ 1,00 de aumento dado ao mínimo
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 08h48.
Brasília - O governo federal não está sozinho no lobby para evitar um aumento do salário mínimo acima dos R$ 545. Prefeitos de todo o país estão em campanha para evitar que a concessão de um reajuste maior prejudique ainda mais a situação dos executivos municipais.
Números da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estimam em R$ 38 milhões o impacto nas contas das prefeituras de cada R$ 1,00 de aumento dado ao mínimo. Além do salário dos trabalhadores, o cálculo leva em conta os encargos trabalhistas.
A elevação do mínimo para R$ 545 já tem um impacto estimado em R$ 1,3 bilhão nas contas das prefeituras em 2011. Se a emenda apresentada por DEM e PDT obtiver sucesso e levar o valor para R$ 560, os municípios teriam um gasto de quase R$ 1,9 bilhão. Caso o mínimo suba para R$ 600, como defende o PSDB, as prefeituras teriam uma despesa extra de R$ 3,4 bilhões, na avaliação da CNM.
Líder do PR na Câmara, o mineiro Lincoln Portella conta ter recebido desde a semana passada ligações de mais de 40 prefeitos para falar especificamente sobre esse tema. “Não podemos ser irresponsáveis e querer jogar o salário mínimo para um patamar que as prefeituras não dão conta. Tenho recebido ligações de prefeitos pedindo pelo amor de Deus que não deixemos o mínimo ir além dos R$ 545”, afirmou o parlamentar.
O relato de Portella não é isolado. Deputados e senadores de vários partidos comentam sobre o assédio dos prefeitos. Um senador do Nordeste contou ter recebido ligações de prefeitos afirmando não conseguir sequer pagar a folha de pagamento do próximo mês se o salário for para um valor maior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.