Brasil

HC testa controle eletrônico de remédios

A iniciativa, inédita em hospitais da rede pública de São Paulo, tem como objetivos aumentar a segurança do paciente, evitando erros na administração de medicamentos


	Na prescrição eletrônica, toda vez que um médico prescreve um medicamento, isso é digitado num sistema e informado automaticamente à farmácia central
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Na prescrição eletrônica, toda vez que um médico prescreve um medicamento, isso é digitado num sistema e informado automaticamente à farmácia central (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto pôs em prática há mais de um mês um projeto-piloto chamado Beira de Leito, que controla, por computador, a aplicação e a administração de remédios aos pacientes internados.

A iniciativa, inédita em hospitais da rede pública de São Paulo, tem como objetivos aumentar a segurança do paciente, evitando erros na administração de medicamentos (como aplicação de doses erradas ou de medicação não prescrita), e melhorar a gestão hospitalar, reduzindo custos.

Alexandra Cruz Abramovicius, diretora da Divisão de Assistência Farmacêutica do HC/USP Ribeirão, diz que o projeto surgiu da necessidade de “casar” o sistema de prescrição eletrônica, que já era feito na unidade, com a administração direta da droga no paciente.

Na prescrição eletrônica, toda vez que um médico prescreve um medicamento, isso é digitado num sistema e informado automaticamente à farmácia central. Lá, os medicamentos são cadastrados em um código de barras e entregues para serem administrados nos pacientes.

Agora, com o Beira de Leito, a rastreabilidade do medicamento fica ainda maior, porque o sistema controla a fase da administração da droga no paciente.
Várias checagens são feitas: uma no recebimento do pedido, outra na dispensação na farmácia e outra na administração ao paciente.

Processo

Funciona da seguinte maneira: um notebook instalado em um carrinho é levado à beira do leito. Por meio de um leitor de código de barras, a enfermagem faz a leitura na pulseira do paciente dos medicamentos que serão administrados.


Além de registrar os gastos para fins de faturamento, o sistema emite alertas de inconsistências, como, por exemplo, medicamentos não prescritos para o paciente ou fora do prazo de validade.

“O Beira de Leito vai melhorar todo o processo. Até então, havia controle até o momento em que a droga saía da farmácia. Agora vamos até o momento da administração no paciente”, diz Alexandra.

De acordo com ela, a vantagem é que, se houver algum problema ou efeito colateral no paciente, por exemplo, é possível saber o lote, a data de validade, a dose aplicada, quando o medicamento saiu da farmácia, quem é o fornecedor, etc. “Será possível chegar ao começo dessa cadeia. É muito mais segurança.”

Para viabilizar a implementação do projeto, o hospital investiu cerca de R$ 200 mil na aquisição de equipamentos de informática e de fracionamento de medicamentos. Um dos equipamentos comprados pelo Hospital das Clínicas permite embalar e rotular individualmente vários itens.

O projeto-piloto está sendo avaliado em leitos do quarto e do nono andar, que incluem áreas de neurologia e cirurgia. A expectativa é de que seja progressivamente implementado em todo o hospital até o final deste ano. 

Acompanhe tudo sobre:Hospital das ClínicasRemédiosSaúde no Brasil

Mais de Brasil

STF diz que foi afetado por apagão global, mas que principais serviços já foram restabelecidos

Governo diz que 'apagão cibernético' não afetou sistema Gov.br e outros sistemas

Entenda por que terremoto no Chile foi sentido em São Paulo

Mais na Exame