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Hacker diz que repassou dados de forma anônima e não remunerada

Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", afirmou que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material hackeado ao jornalista Glenn Greenwald

Defesa de Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de julho de 2019 às 16h52.

Última atualização em 25 de julho de 2019 às 17h52.

Preso na terça-feira, 23, suspeito de invadir telefone celulares de autoridades, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", afirmou, segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material hackeado ao jornalista Glenn Greenwald - conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

No Twitter, Greenwald voltou a reafirmar que não comenta sobre a fonte, mas publicou reportagem em que Delgatti afirma ter entregue o material de forma anônima e não remunerada. "Como sempre falamos: 'Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira'".

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A defesa de Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas".

Além de Walter, outras três pessoas estão presas em Brasília suspeitas de participarem da invasão a celulares de autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados na terça-feira.

Segundo os investigadores, a primeira vítima de Delgatti Neto, foi um promotor de Araraquara Marcel Zanin Bombardi. "Vermelho", segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, disse que, a partir dos contatos do aparelho do promotor, teve acesso a outros números de autoridades.

A invasão ao celular do promotor de Araraquara teria motivação pessoal, pelo fato de Delgatti ter sido denunciado por ele, em 2015, em um caso envolvendo tráfico de drogas.

O Ministério da Justiça afirmou na manhã desta quinta-feira (25) que celulares utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro também foram alvo do grupo de hackers preso na última terça-feira (23).

Em nota, a pasta afirmou que, por questão de segurança nacional, “o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República”.

Bolsonaro disse que a invasão de seus celulares foi um “atentado grave contra o Brasil e suas instituições”, e pediu que os envolvidos sejam duramente punidos.

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