Governo não será passivo sobre câmbio, diz Pimentel
A balança comercial brasileira registrou superávit de 20,278 bilhões de dólares em 2010
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 20h10.
Brasília - O governo não ficará passivo diante de um fortalecimento do real, disse nesta segunda-feira o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
Em sua primeira entrevista coletiva após assumir o Ministério, Pimentel disse que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com o impacto do câmbio nas exportações.
"A presidente está preocupada com o impacto da taxa de câmbio sobre as exportações. O governo não vai ficar passivo e inerte à nossa moeda se valorizando e prejudicando a nossa indústria", completou o ministro.
A balança comercial brasileira registrou superávit de 20,278 bilhões de dólares em 2010, com recorde de exportações de 201,916 bilhões de dólares.
Às 15h08, o dólar era negociado a 1,645 real na ponta de venda, em queda de 1,26 por cento.
"Um câmbio nesse patamar desorganiza a produção nacional. E, então, há que se cuidar de encontrar caminhos sem alterar o modelo de câmbio flutuante que nós adotamos", afirmou Pimentel a jornalistas.
Segundo Pimentel, a questão do câmbio e o protecionismo serão abordados "com certeza" em uma futura viagem à China. Dilma pretende visitar a China na próxima cúpula do Bric --que é formado, além de Brasil e da China, por Rússia e Índia--, que deve ocorrer em abril.
"Vai fazer parte da pauta de discussões. Vai ser pauta prioritária... Porque é uma pauta que diz respeito não só ao Brasil, mas a todos os países emergentes", afirmou Pimentel.
Ao ser questionado sobre a ideia da criação de um ministério para lidar com as micro e pequenas empresas, Pimentel afirmou que ela não foi abandonada.
"A intenção está mantida. A presidente Dilma, desde que era ministra, trabalha com essa ideia e continua com essa ideia. Acontece que não está definido o momento que vai ser remetida ao Congresso a peça que cria o ministério. Só que pode não ser uma coisa imediata. Pode levar dois, três ou quatro meses", explicou Pimentel.