Brasil

Governo conta com Congresso para não barrar veto sobre franquia de bagagem

Ronei Glanzmann também disse que a cobrança pelo despacho da bagagem é um ponto fundamental no modelo de negócios das empresas aéreas de baixo custo

Bagagem (Arne Dedert/picture alliance/Getty Images)

Bagagem (Arne Dedert/picture alliance/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 16h21.

Última atualização em 11 de setembro de 2019 às 16h24.

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, disse que o governo conta com o Congresso Nacional para manter o veto do presidente Jair Bolsonaro, e não retomar a franquia de bagagem em viagens aéreas. Ele destacou que a cobrança pelo despacho da bagagem é um ponto fundamental no modelo de negócios das empresas aéreas de baixo custo, que demonstram cada vez mais interesse em operar no País.

Glanzmann considera que a questão da infraestrutura aeroportuária brasileira já foi "minimamente endereçada", com as rodadas de concessões sendo bem sucedidas em atrair o privado para a prestação de serviços de melhor qualidade. Em sua visão, o que o governo precisa trabalhar agora é na melhoria do ambiente de negócios do País, o que deverá destravar o crescimento do setor aéreo nacional.

Esse plano já tem sido executado e avançou consideravelmente com a abertura do capital estrangeiro às aéreas que operam no País, avaliou Glanzmann.

Outro grande passo foi a redução do ICMS cobrado sobre o combustível de aviação por parte de alguns Estados, medida que impacta diretamente as aéreas ao reduzir seus custos operacionais. "Estamos falando de desoneração na veia da empresa", afirmou.

Ele defendeu ainda outras vertentes desse plano para melhorar o ambiente de negócios. Uma delas é extinguir o adicional da Tarifa de Embarque Internacional (TEI), que é de US$ 18. Segundo o secretário da SAC, essa cobrança adicional é uma "jabuticaba", criada no passado para ajudar na amortização da dívida pública. "Era para ser resolvido em alguns anos, os anos se passaram e ninguém lembrou de ir lá revogar esse negócio. Arrecadamos R$ 700 milhões (com esse adicional), mas não faz sentido essa cobrança ao passageiro internacional", sustentou.

Além disso, Glanzmann observou que o governo tem trabalhado para fechar mais acordos de céus abertos, que retiram os limites de frequências de voos entre países. Ele contou que há negociações avançadas com países da Europa e que as conversas com a Argentina têm sido mais difíceis.

Glanzmann participou na manhã desta quarta-feira do salão aeroespacial International Brazil Air Show.

Acompanhe tudo sobre:Aviaçãocompanhias-aereaspassagens-aereas

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar