Dep. Glauber Braga (PSOL - RJ) (Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Divulgação)
Repórter
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 18h22.
Última atualização em 9 de dezembro de 2025 às 18h37.
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou, nesta terça-feira, 9, a cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante a sessão do plenário. Ele foi retirado à força por policiais legislativos da Câmara. O parlamentar é alvo de um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar.
"A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara Hugo Motta foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo que teve com aqueles que sequestraram a mesa diretora da Câmara por 48 horas, por dois dias, em associação com o deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país", disse Glauber Braga em coletiva de imprensa após ser retirado do plenário.
"Em nenhum momento foi cogitada a possibilidade de retirada a força daqueles deputados pela Polícia Legislativa", disse o deputado.
A sessão, que é transmitida normalmente pela TV Câmara, teve o sinal interrompido. A transmissão no YouTube também foi retirada do ar. Por volta das 17h30, o plenário foi restrito a parlamentares, e assessores da Casa e a imprensa foram retirados.
Glauber é acusado de empurrar e chutar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante um protesto no Congresso, em abril do ano passado. Nesta terça, Motta anunciou que os deputados devem analisar uma possível cassação do mandato de Glauber.
O deputado permaneceu na Mesa Diretora acompanhado da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), com quem é casado. O correligionário Tarcísio Motta (PSOL-RJ) também estava no local, em pé.
"Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história. Se o presidente da Câmara dos Deputados quiser tomar uma atitude diferente da que ele tomou com os golpistas que ocuparam essa mesa diretora e até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu, ficarei aqui até o limite das minhas forças" disse Glauber.
Em abril deste ano, o deputado realizou uma greve de fome em protesto contra o avanço do processo de cassação, que havia recebido aval do Conselho de Ética.
O ato durou pouco mais de uma semana e foi encerrado após um acordo com Hugo Motta, que afirmou que o processo não seguiria um rito acelerado e garantiria ao deputado amplo direito à defesa.
*Com informações do Globo