Gabas: Previdência do Brasil não ficará como a francesa
Ministro da Previdência acredita que mudanças no país não precisam ser feitas de forma apressada, como na Europa
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2010 às 12h40.
Brasília - O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, garantiu hoje que a situação previdenciária do Brasil não chegará ao ponto que está sendo visto hoje na França. Por causa de uma proposta do governo francês de elevar a idade mínima para aposentadoria dos 60 para os 62 anos, uma série de greves está ocorrendo no país europeu. "Não vamos deixar o Brasil ficar como a França, é preciso planejamento. O Brasil tem pé no chão", afirmou.
Para o ministro, os países europeus "se achavam muito poderosos" e, por isso, não modernizaram as regras da Previdência, acompanhando o desenvolvimento da sociedade. Ele disse também que o problema não está restrito à França. "A Inglaterra também está numa pindaíba danada", observou. Gabas avaliou que a crise financeira internacional foi o ápice dos problemas nesses países. "Não previram a possibilidade de passarem por uma situação de dificuldade. Agora, estão fazendo as coisas no afogadilho", disse.
A visão do atual governo, de acordo com o ministro, é a de que mudanças não precisam ser feitas de forma apressada no Brasil. "Não é preciso fazer guerra como a sociedade está fazendo lá. Para nós, (Previdência) é uma questão de política pública", afirmou. Ele disse também que o atual governo, que se encerra no fim de dezembro, não tratará de nenhuma mudança pontual ou de reforma da Previdência.
Gabas manteve a promessa de que, no último dia do ano, entregará um documento para o próximo presidente com o diagnóstico e algumas propostas para serem implantadas na Pasta. "Não defendo uma reforma, que é constitucional. Mas ajustes pontuais poderão ser feitos", disse. Para o curto prazo, o ministro disse mais uma vez que gostaria de ver a separação das contas da previdência urbana e rural. O pedido já foi feito ao Ministério da Fazenda, que está estudando o assunto. Não há prazos, no entanto, para que a proposta entre em vigor. "Se estivermos no governo, vamos fazer e se não estivermos no próximo governo, vamos cobrar", disse.