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BNDES não se responsabiliza sobre corrupção em financiadas

"Essas empresas com certeza também têm crédito de outros bancos privados e até internacionais. Não faz sentido cobrar esses bancos ou o BNDES",


	Sede do BNDES: "Essas empresas com certeza também têm crédito de outros bancos privados e até internacionais. Não faz sentido cobrar esses bancos ou o BNDES", disse o ex-presidente
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Sede do BNDES: "Essas empresas com certeza também têm crédito de outros bancos privados e até internacionais. Não faz sentido cobrar esses bancos ou o BNDES", disse o ex-presidente (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2015 às 13h30.

Brasília - O ex-presidente do BNDES Demian Fiocca disse nesta quinta-feira, 3, que o banco de fomento não tem responsabilidade sobre casos de corrupção envolvendo empresas financiadas pelo BNDES.

"Essas empresas com certeza também têm crédito de outros bancos privados e até internacionais. Não faz sentido cobrar esses bancos ou o BNDES. Mas o banco avalia a execução dos projetos e o andamento da situação financeira das empresas. A instituição procura ter processos e exigências bastante elevados para se precaver de fraudes contra o banco", respondeu, em depoimento à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.

Em resposta a perguntas feitas pelo deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), Fiocca citou movimentos naturais da economia para justificar o fato de o PIB brasileiro não estar crescendo apesar dos empréstimos cedidos pelo banco de fomento, que chegariam a R$ 1,3 trilhão desde 2007.

"A economia de mercado oscila e existem períodos de euforia e pessimismo, muitas vezes excessivos. A política econômica normalmente procura suavizar esses movimentos e não é surpreendente que, quando se faz política anticíclica, um banco procure estimular a economia e mesmo assim ela cresça pouco. Ela cresce pouco apesar da atuação do banco, e não por causa da atuação do banco", argumentou.

Viés ideológico

O ex-presidente do BNDES disse também não enxergar viés ideológico nos financiamentos do banco de fomento à exportação de serviços de engenharia para obras de infraestrutura em países da latino-americanos, como Cuba e Venezuela.

"É natural que um país como o Brasil, que tem uma posição de destaque na América Latina, procure ganhar mercados na região, assim como o Japão procura sempre ganhar mercado na Ásia", afirmou.

Fiocca destacou que o principal país a receber esse tipo de operação da parte do BNDES é os Estados Unidos e pontuou que empréstimos para obras na Venezuela, como o metrô de Caracas, tiveram contratos firmados ainda na década de 90, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Não vejo no banco nenhum viés de natureza ideológica. A maior parte das exportações são para os Estados Unidos, e países europeus como a Espanha também fazem negócios em Cuba. Além disso, todos esses financiamentos estão com pagamentos em dia", completou.

Para o ex-presidente do BNDES, o apoio à exportação de serviços é fundamental e tem papel importante para o balanço de pagamentos do País.

"É adequado que o governo brasileiro procure aumentar as exportações, seja de bens ou de serviços. Não vejo porque discriminar os serviços, já que o impacto de benefícios para a economia brasileira é o mesmo da exportação de bens", avaliou.

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