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EXAME Política: sem clima para impeachment, Bolsonaro tem força para 2022

O fim da Lava Jato, as eleições de 2022 e a aprovação do presidente Bolsonaro são os temas do novo episódio do podcast EXAME Política

Jair Bolsonaro completa 66 anos neste domingo, 21 (Alan Santos/PR/Flickr)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 19h50.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2021 às 11h53.

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu emplacar seus dois candidatos na presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. Mesmo que a popularidade de Bolsonaro esteja mais baixa que há alguns meses - em 27%, segundo pesquisa EXAME/IDEIA -, este patamar pode aumentar com a expectativa do avanço da vacinação no país e a volta do auxílio emergencial. Tudo isso faz com que ele seja candidato natural, e com musculatura, para a reeleição em 2022.

“A qualidade da oposição e dos possíveis candidatos ainda é muito baixa. Se a gente olhar o comportamento dos líderes da esquerda durante a pandemia, foi muito tímido e pouco claro para a população de que eles defendem algo diferente do Bolsonaro”, avaliou o cientista político, professor da FGV e colunista de EXAME, Sérgio Praça, no mais novo episódio do podcast EXAME Política. “Para mim, é surpreendente que o Bolsonaro comece em 2021 muito mais candidato à reeleição do que sofrer um impeachment”, disse.

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A mesma opinião é compartilhada por Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública, e professor da Universidade George Washington, nos Estados Unidos. “Ainda não tem a aprovação na opinião pública para um impeachment”, diz.

Apesar de ser candidato natural à reeleição em 2022, Bolsonaro precisa resolver duas das principais questões que mais preocupam os brasileiros: a vacinação contra a covid-19 e a volta do auxílio emergencial. Segundo a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, aumentar a velocidade da vacinação contra a covid-19 é o item mais importante para 73% dos brasileiros na hora de avaliar positivamente o governo.

"O auxílio emergencial foi importante para elevar os patamares de avaliação. O presidente fez uma troca de grupos de aprovação, com a saída do ex-ministro Sergio Moro do governo. Saíram as pessoas com bandeira anticorrupção e entraram pessoas que não votaram no Bolsonaro, mas passaram a receber o auxílio”, explica Maurício Moura.

Na quinta-feira, 11, Bolsonaro deu sinais de que o benefício poderia voltar. Ele disse, em um evento em Alcântara (MA), que o governo estuda renovar o auxílio emergencial. O pagamento poderia começar a partir de março e seria feito em três ou quatro parcelas. Mas para isso, ele disse que é preciso “responsabilidade fiscal”.

“Me chama atenção o presidente ainda ter uma popularidade de 25% e 30%. Isso é um quadro bastante alto, comparando com os nossos dois últimos presidentes, que chegaram a cair a níveis de aprovação de 5% a 6%. Bolsonaro não chega nem perto disso”, lembra Sérgio Praça.

Mediado pela editora de macroeconomia da EXAME, Fabiane Stefano, o podcast EXAME Política vai ao ar todas as sextas-feiras com os principais temas da política brasileira.Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou siga em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas.

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