Ex-presidente da Coaf fica calado em sessão da CPI da Merenda
Suspeito de chefiar a máfia da merenda, ele assinou acordo de delação premiada com o MPF e está proibido de passar informações sobre o processo
Agência Brasil
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 16h08.
Protegido por um habeas corpus, o ex-presidente da Cooperativa de Agricultura Familiar (Coaf), Cássio Izique Chebabi, permaneceu calado durante a sessão de hoje (22) da Comissão Parlamentar de Inquérito ( CPI ) da Merenda da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Suspeito de chefiar a máfia da merenda, ele assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e está proibido de passar informações sobre o processo que está em segredo de Justiça.
A comissão apura e investiga os contratos para o fornecimento de merenda para escolas estaduais firmados por empresas e cooperativas de agricultura familiar com o governo do estado.
Também convocados, o presidente da Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários da cidade de Itápolis (Coagrossol), Ulysses Massayoshi Murakami, e o advogado Roberto Lamari - que em outro momento acompanhou Jéter Rodrigues, ex-assessor do presidente da Alesp, Fernando Capez - não compareceram à CPI.
Os depoimentos marcados para hoje (23) começaram com atraso depois de os deputados terem invertido a pauta do dia e iniciado a sessão com a votação de 46 requerimentos de pedidos de convocação ou de informação.
Os deputados passaram mais de uma hora discutindo até que as testemunhas começaram a ser chamadas para depor.
Estudantes que estavam no plenário e no corredor gritavam palavras de ordem contra os deputados e o governo estadual.
A primeira pessoa a dar depoimento foi a ex-diretora técnica do Centro de Serviços de Nutrição (Cenut), da Secretaria Estadual de Educação, Vanessa Alves, que afirmou não ter nenhuma relação com integrantes da Cooperativa de Agricultura Familiar (Coaf) e que apenas conheceu algumas pessoas da cooperativa durante a chamada pública de 2013, que não teve andamento.
"Eu fui informada de que não haveria continuidade para essa chamada pública porque havia um erro técnico administrativo que precisava ser sanado. Eu soube dos problemas pela imprensa. Em 2014 eu soube da chamada pública, mas não atuei no processo e nunca assinei chamadas públicas."