Brasil

Ex-mulher de Bolsonaro não consegue vaga na Câmara

Cristina protagonizou um capítulo tenso da campanha de Bolsonaro, onde fez uma denúncia pelo suposto sumiço de um cofre com joias quando se separaram

Cristina Bolsonaro conta apenas 3806 votos nas eleições 2018 (Facebook/Reprodução)

Cristina Bolsonaro conta apenas 3806 votos nas eleições 2018 (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 21h49.

Apurados 88% dos votos para deputado federal pelo Rio, a ex-mulher de Jair Bolsonaro (PSL), advogada Cristina Bolsonaro (PODE/RJ) - que protagonizou capítulo tenso da campanha do presidenciável, denunciado por ela pelo suposto sumiço de um cofre com joias quando se separaram-, conta apenas 3806 votos nas eleições 2018. Com essa performance ela fica longe de uma cadeira na Câmara.

Cristina foi a única derrotada da família Bolsonaro nas urnas neste domingo, 7. Os filhos dele, Flávio (eleito senador pelo Rio) e Eduardo (deputado federal mais votado da história do País, por São Paulo) atingiram fácil a meta de chegar ao Congresso.

A ex de Bolsonaro ganhou fama repentina às vésperas da eleição quando uma ação aberta em 2008 foi revelada pela revista Veja na sexta-feira, 28 de setembro.

A advogada acusou o presidenciável de furtar um cofre de um banco, ocultar patrimônio e receber pagamentos não declarados. Além disso, ela afirmou a um funcionário da embaixada brasileira na Noruega que teria sido ameaçada de morte por Bolsonaro. O episódio ocorreu em 2011, segundo confirmou ao Estado o então embaixador em Oslo, Carlos Henrique Cardim. O relato foi registrado em um telegrama interno do Itamaraty.

O processo que cita o episódio do cofre, aberto na 1ª Vara de Família do Rio logo depois que o casal se separou, teve retirado o segredo de justiça.

De acordo com Ana Cristina Valle, que adotou o sobrenome do ex-marido para as eleições, Bolsonaro teria furtado seu cofre em uma agência do Banco do Brasil no centro do Rio em outubro de 2007 e levado todo seu conteúdo, incluindo joias avaliadas em R$ 600 mil, US$ 30 mil em espécie e mais R$ 200 mil em dinheiro vivo.

A ex afirmou também que Bolsonaro ocultou patrimônio pessoal da Justiça Eleitoral em 2006, quando foi candidato a deputado federal. Na ocasião, ele declarou bens que somavam R$ 433,9 mil. Ana Cristina, no entanto, apresentou uma declaração de Imposto de Renda do ex-marido que citava a propriedade de mais três casas, um apartamento, uma sala comercial e cinco lotes. Os bens somariam R$ 7,8 milhões em valores atualizados.

Na ação, a ex-mulher do candidato declara que se separou por causa do "comportamento explosivo" e da "agressividade desmedida" de Bolsonaro.

Em campanha, logo depois da revelação sobre detalhes de sua separação, ela negou as acusações do passado: "Quando você está magoado, fala coisas que não deveria", afirmou, questionada pela imprensa.

Já sobre o caso relatado em documento no Itamaraty, a ex também contrariou a versão: "Numa separação sempre há tensões, mas jamais falei aquilo, nem meu (atual) marido falou. Não faço ideia de como surgiu essa história", disse ela à reportagem do Estadão em sua casa, em Resende, no sul fluminense.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEleições 2018Jair BolsonaroMulheres

Mais de Brasil

Quem é Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais

Avião cai em Gramado, na Serra Gaúcha, e não deixa sobreviventes