Curtas — Uma seleção do mais importante no Brasil e no Mundo
60 mil pessoas fogem da fronteira da Síria; Etíope ganha Nobel da Paz; Leilão de petróleo arrecada R$ 8,9 bilhões
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2019 às 07h12.
Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 08h29.
Apesar da maioria das apostas estar em Greta Thunberg e Raoni, nesta sexta-feira (11), o prêmio Nobel da Paz foi para o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali. Ele foi premiado por ter conseguido um acordo de paz com a Eritreia em 2018, país que faz fronteira com a Etiópia. Formado em engenharia, o premiê chegou ao poder também no ano passado. “Ele passou seus primeiros cem dias como primeiro-ministro levantando o estado de emergência do país, garantindo anistia para milhares de prisioneiros políticos, descontinuando a censura da mídia, legalizando partidos de oposição, exonerando líderes militares e civis que estavam sob suspeita de corrupção e também por aumentar significavelmente a influência de mulheres na política e na comunidade etíope. Ele também fortaleceu a democracia ao propor eleições livres e justas”, diz o comunicado do Nobel.
Governo arrecada R$ 8,9 bi com leilão de petróleo
O leilão de blocos exploratórios de petróleo e gás desta quinta-feira 10 arrecadou cerca de 8,9 bilhões de reais, mais que o dobro dos 3,2 bilhões de reais de bônus previsto inicialmente para as 36 áreas do certame. Esse foi o primeiro de três leilões de petróleo programados para este ano pelo governo federal. Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, o leilão superou todas as expectativas. Sob regime de concessão, a licitação desta quinta-feira ofertou blocos nas bacias de Camamu-Almada, Jacuípe, Pernambuco-Paraíba, Campos e Santos. Participaram do leilão 15 multinacionais e duas empresas brasileiras, dentre elas, a Petrobras. As petroleiras QPI, do Catar, Petronas, da Malásia, e Total, da França, fizeram a maior oferta no leilão, arrematando o bloco C-M-541 (bacia de Campos) com bônus de 4,029 bilhões de reais, segundo informações da reguladora ANP. Em parceira com a BP, a Petrobras arrematou o bloco C-M-477 (bacia de Campos), com bônus de 2,045 bilhões de reais.
Venezuela nega ser responsável por vazamento de petróleo
O governo da Venezuela negou ser o responsável pelo vazamento de petróleo que atingiu a região costeira do Nordeste brasileiro. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira 10 a empresa estatal petrolífera PDVSA afirmou que não recebeu relatórios de clientes ou subsidiárias que indicariam um possível vazamento nas proximidades da costa brasileira. Na última quarta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou durante audiência na Comissão de Meio Ambiente na Câmara dos Deputados que o vazamento provavelmente veio de um navio estrangeiro — e apontou a Venezuela como o principal causador. “É um petróleo que vem de um navio estrangeiro, navegando perto da costa brasileira”, disse o ministro. No comunicado oficial, a petrolífera escreveu que “rejeita categoricamente as declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que acusa a República Bolivariana da Venezuela de ser responsável pelo petróleo bruto que polui as praias do nordeste do Brasil desde o início de setembro”. O governo venezuelano classificou as alegações feitas contra o país “infundadas”.
UFBA: óleo achado em praias tem origem na Venezuela
O óleo achado no Nordeste é proveniente de bacia petrolífera da Venezuela, aponta laudo divulgado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Anteriormente, análises da Marinha e da Petrobras já haviam indicado que o poluente tinha origem no país vizinho. O governo Nicolás Maduro, porém, nega que o petróleo seja do país vizinho. Conforme a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores e que têm semelhança com um dos tipos de petróleo produzido na Venezuela. Segundo ela, nenhum petróleo produzido no Brasil apresenta distribuição de biomarcadores similares aos encontrados nas amostras. As pesquisas foram realizadas em parceria com a Universidade Federal do Sergipe (UFS). Foram analisadas nove amostras, sete delas colhidas no Estado vizinho. As análise geoquímicas foram feitas no Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da UFBA.
Guedes: ‘classe política está de parabéns’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a votação no Congresso que aprovou projeto de lei que trata da partilha em fração igual dos recursos da cessão onerosa para Estados e municípios. “Quero celebrar acordo entre Câmara e Senado e dizer que nossa classe política está de parabéns”, afirmou nesta quinta-feira 10. “A cessão onerosa é o grande acordo político”, enfatizou. Para o ministro, não há crise política, ao contrário do que tem sido dito. Guedes ainda projetou um “choque da energia barata” no Brasil, que deverá ser sentida em breve. “Imagino em que um ano e meio os preços das termelétricas vão cair cerca de 30% a 40%”, afirmou, citando a importação de gás da Bolívia e da Argentina, além da produção oriunda do pré-sal. Ele também defendeu a quebra do monopólio estatal na distribuição do gás, aumentando a competição no setor.
60 mil pessoas fogem da fronteira da Síria
O Observatório Sírio de Direitos Humanos revelou que 60 mil pessoas deixaram a fronteira da Síria com a Turquia nas últimas 36 horas, fugindo da ofensiva das forças do governo de Recep Tayyip Erdogan contra as milícias curdas. A ONG baseada no Reino Unido, que conta com uma ampla rede de colaboradores no território sírio, apontou que grande parte dos refugiados são das cidades de Darbasiya e Ras al Ain, que estariam esvaziadas. As tropas turcas iniciaram invasão por terra, precedida por intensos bombardeios, ao noroeste da Síria, visando acabar com as Unidades de Proteção Popular (YPG), consideradas pelo governo de Erdogan como terroristas, pela ligação com o grupo armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia.
Tropas turcas mataram 109 milicianos curdos na Síria
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que pelo menos 109 integrantes das forças curdas foram mortos até o momento devido à invasão no noroeste da Síria. Segundo a organização humanitária sem fins lucrativos Crescente Vermelho Curdo, ao menos sete civis também morreram durante as operações, e pelo menos outros 19 ficaram feridos. Erdogan afirmou que desde o começo da operação as tropas turcas mataram 109 “terroristas” e feriram e prenderam vários membros das Unidades de Proteção do Povo (YPG), a milícia curda que foi aliada dos Estados Unidos na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mas que é considerada terrorista pela Turquia.
Reunião: Irlanda está otimista com acordo do Brexit
Um acordo para a separação britânica da União Europeia pode ser firmado até o final de outubro para permitir que o Reino Unido saia do bloco de forma organizada, disse o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, depois do que descreveu como uma reunião muito positiva com seu colega britânico, Boris Johnson. Faltando só três semanas para o Reino Unido romper com o maior bloco comercial do mundo, ainda não está claro em que termos o país o fará ou mesmo se o fará de fato. Johnson se reuniu com Varadkar em Thornton Manor, em Cheshire, nesta quinta-feira, uma última tentativa de salvar um acordo e evitar uma ruptura amarga no dia 31 de outubro ou um novo adiamento. “Tive uma reunião muito boa com o primeiro-ministro… muito positiva e muito promissora”, disse Varadkar a repórteres irlandeses. “Realmente vejo um caminho para um acordo nas próximas semanas.”