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Estudo do MDIC diz que indústria perde espaço no País

Estudo aponta que a fatia da indústria no PIB caiu de 30,1% em 2004 para 25,4% em 2009

Apesar do crescimento recente, a indústria avançou menos que os demais setores (Germano Luders/Exame)

Apesar do crescimento recente, a indústria avançou menos que os demais setores (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 10h16.

Brasília - O governo tomou partido no embate entre desenvolvimentistas e ortodoxos e concluiu que existe desindustrialização no Brasil. Um documento reservado produzido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) fez um diagnóstico do problema e avaliou que a indústria brasileira está perdendo espaço na economia. 

Sob o título “Desindustrialização, reprimarização e contas externas”, o estudo produzido pelos técnicos do MDIC aponta que a fatia da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 30,1% em 2004 para 25,4% em 2009. O argumento é que, apesar do crescimento recente, a indústria avançou menos que os demais setores. Procurado, o MDIC não deu entrevista.

A avaliação do trabalho é que existe uma “correlação estreita entre as oscilações do câmbio e as exportações de manufaturados”. Desde 2007, a fatia dos manufaturados nas exportações vem recuando e atingiu 40,5% no primeiro semestre - mesmo patamar de 1978. De forma geral, as exportações crescem em um ritmo mais lento que a economia, enquanto as importações avançam velozmente. A participação das importações na produção doméstica saiu de 11,3% em 2003 para 19,6% no primeiro trimestre deste ano, pelos cálculos do governo.

“Não há como deixar de associar a expansão das importações à forte apreciação do real. Os dados indicam que a produção doméstica não acompanhou a demanda por produtos industriais, que foi suprida pelas importações”, informou o documento.

No texto, os técnicos dizem que a aquisição de máquinas mais avançadas no exterior trouxe benefícios para a indústria, mas que boa parte das importações foi incentivada pelo preço mais baixo. É um argumento diferente do que o governo costuma utilizar, de que o aumento das importações é benéfico para o País, porque são majoritariamente insumos e máquinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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