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Estudantes da PUC-SP fazem ato contra violência policial

Os estudantes também protestaram contra o posicionamento da universidade em relação a violência policial ocorrida na noite de ontem (21)


	PUC-SP: PM usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes que protestavam contra o impeachment
 (Divulgação)

PUC-SP: PM usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes que protestavam contra o impeachment (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 16h55.

São Paulo - Estudantes da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo fizeram hoje (22) um ato contra a violência policial ocorrida na noite de ontem (21) na instituição.

Reunidos em frente ao campus, em Perdizes, zona oeste paulistana, os estudantes também protestaram contra o posicionamento da universidade em relação aos fatos.

“É uma vergonha que a PUC diga que apenas lamenta o ocorrido”, disse um dos organizadores da manifestação de hoje, o estudante de direito Vitor Bastos, 21 anos.

Na noite de ontem, uma manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ocorreu na porta da universidade.

Alguns alunos se incomodaram com o volume do carro de som levado para a porta da instituição, outros quiseram discutir por discordarem da opinião dos participantes do protesto.

Sob a alegação de evitar o confronto entre os dois grupos, a Polícia Militar (PM) usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os estudantes. Na semana passada, o teatro da PUC abrigou um ato de apoio à Dilma.

Para Bastos, a ação policial foi excessiva e desigual, apenas contra o grupo contrário ao impeachment. “A gente foi encurralado pela Polícia Militar. Enquanto eles atiravam gás lacrimogêneo de um lado, fecharam a passagem dos outros lados”, reclamou o jovem.

Segundo ele, foram os manifestantes pró-impeachment que chamaram a PM para intervir na discussão entre os estudantes.

“Eles estavam com o carro de som muito alto, inviabilizando que as aulas acontecessem”, acrescentou.

A estudante de mestrado Desirèe Luíse também ficou incomodada com o volume do som usado no protesto. “Eu estava no quarto andar e mesmo com a porta fechada não era possível ouvir o colega que falava do meu lado.” Ela considerou a atuação da polícia “desmedida”.

Intoxicados e feridos

Em nota, a PUC disse que lamenta o ocorrido.

“Diversos alunos da PUC-SP, professores e funcionários foram atendidos no ambulatório da iniversidade, com intoxicação provocada pelo gás. Um dos estudantes foi atingido na cabeça por uma bala de borracha e, após ser atendido no ambulatório, foi encaminhado ao pronto-socorro próximo para a realização de exames”, diz o comunicado da instituição.

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu a ação da polícia.

“Temos que parar com esse absurdo de acusar a polícia de problemas que alguns manifestantes criam. Na quinta-feira passada tivemos na mesma PUC a manifestação a favor do governo sem nenhum problema. Ontem eram as pessoas da PUC contrárias ao governo federal, mas durante a manifestação um grupo a favor do governo quis evitar o ato e um deles quis subir no carro de som do outro grupo. Isso gerou animosidade e os grupos começaram a se ofender. Isso poderia gerar briga e a polícia precisou dispersar”, disse Moraes após participar de cerimônia de posse de policiais civis na capital paulista.

O secretário negou que haja tratamento diferenciado pela PM relacionado ao teor das manifestações.

“Não há direcionamento diferente com relação a nenhum grupo. Cada grupo tem total direito de se manifestar, mas não tem direito de impedir os outros de se manifestarem”, destacou.

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