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Estilo Trump: Bolsonaro manda e desmanda pelo Twitter

No hospital, Bolsonaro usa o Twitter para enviar recados aos eleitores e desautorizar aliados, como Donald Trump

Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 18h51.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 19h51.

Hospitalizado há 20 dias, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a recorrer ao Twitter para se defender do fogo amigo de um companheiro de campanha. Nesta quinta-feira, foi revelado que, em palestra a empresários no Rio Grande do Sul realizada ontem, o general Hamilton Mourão, vice na chapa de Bolsonaro, afirmou que o décimo terceiro salário e o pagamento de adicional de férias são “jabuticabas brasileiras” (expressão usada para classificar coisas que só existem no Brasil).

“Se a gente arrecada 12, como pagamos 13? É complicado. É o único lugar em que a pessoa entra em férias e ganha mais. Coisas nossas, legislação que está aí. É sempre a visão dita social com o chapéu dos outros, não com o chapéu do governo”, afirmou Mourão em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. As declarações foram filmadas.

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Após a divulgação do vídeo, a campanha de Bolsonaro determinou o cancelamento de todas as agendas públicas de Mourão até o dia da votação do 1º turno, segundo o Estadão.

Bolsonaro, por sua vez, foi ao Twitter — assim como já havia feito na semana passada para desautorizar o economista Paulo Guedes sobre a criação de um novo imposto. “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, escreveu em seu perfil.

Impossibilitado de participar de eventos de campanha e de ter um relacionamento mais intenso com seu vice por questões médicas, Bolsonaro vem mostrando um estilo de gestão de equipe e de comunicação parecido com o do americano Donald Trump — uma comunicação direta com o eleitor, via redes sociais. A estratégia pode até ser eficaz, mas escancara os desencontros da equipe e, tal qual na Casa Branca, mostra um isolamento crescente do líder da corrida eleitoral.

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